"Não estou fechado numa cápsula." Marcelo está atento aos vários setores sobre a eutanásia
O Presidente da República voltou a falar sobre os professores e referiu a pandemia, a quebra da natalidade e o processo de descentralização como fatores que os afetam.
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O Presidente da República mostrou-se sensível à situação dos professores, mas isso não quer dizer que tome uma posição relativamente ao protesto que o recebeu na Escola Básica e Secundária de Ourém.
"Eu não tomo posição sobre iniciativas sindicais. O que eu disse é que sou sensível - sou professor - nos vários graus de ensino e àquilo que é a situação dos professores, àquilo que viveram durante a pandemia, aos efeitos da pandemia e ao reajustamento da sociedade, em que a quebra da natalidade criou problemas. E não esqueçam que há um processo de descentralização em curso que engloba a educação", disse Marcelo Rebelo de Sousa à saída de uma aula debate e depois de ter dito à entrada que os professores "queixam-se, muitas vezes com razão".
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Em conversa com os jornalistas, o Presidente da República foi questionado sobre a despenalização da Eutanásia aprovada na sexta-feira pela terceira vez na Assembleia da República. O chefe de Estado referiu que o processo é longo, tendo passado por três legislaturas, e que sempre foi ouvindo e lendo tudo sobre a discussão.
"Não estou propriamente fechado numa cápsula, fora do mundo, alheio àquilo que vários setores da sociedade portuguesa vão dizendo da lei", afirma.
As investigações e a detenção da vice-presidente do Parlamento Europeu Eva Kaili por suspeitas de corrupção também foi alvo de um comentário do Presidente da República: "Em matéria de corrupção não há meios termos. Se há matéria a investigar, deve ser investigada exemplarmente a todos os níveis. Senão, a corrupção alimenta a corrupção e a impunidade."
Sobre a aula que foi dar a Ourém, Marcelo Rebelo de Sousa destacou a "grande maturidade cívica e participação política" dos alunos e ainda abordou a eliminação da seleção portuguesa do
Mundial do Catar, referindo-se a Fernando Santos: "Agradecer o passado e agradecer este percurso até aos quartos de final. (...) Penso que esta não é a altura para introduzir isso nos problemas dos portugueses."