"Não faltará água nas torneiras" do Algarve, mas APA pede poupança à população
O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente afirma que as reservas das albufeiras e subterrâneas estão más.
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A Comissão de Gestão da Seca no Algarve reuniu-se esta terça-feira para fazer um balanço da situação e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) garantiu que não vai faltar água nas torneiras dos algarvios, ainda que as reservas seja, neste momento, baixas.
"É verdade que, neste momento, o conjunto de albufeiras do Algarve a reserva é da ordem dos 34%. É verdade que este ano estamos pior do que no passado. Temos menos água, cerca de 33 hectómetros cúbicos. Temos todos de poupar água. Não faltará na torneira, temos água para um ano de consumo humano, até diria mais", disse Pimenta Machado, vice-presidente da APA.
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Ainda que não vá faltar, o uso controlado é necessário: "Não falta água nas torneiras da população, não há dúvidas sobre isso, mas temos todos de dar o nosso contributo. Temos todos poupar água, um uso muito parcimonioso no usar. Esse é um apelo que eu faço a todos. Poupar água, mas não faltará água nas torneiras."
Pimenta Machado admite, no entanto, que também as águas subterrâneas do Algarve
estão em más condições, incluindo o aquífero Querença-Silves, o maior da região.
"Neste momento, no Algarve, nós estamos preocupados com aquilo que são as reservas de águas subterrâneas. São relevantes no Algarve. Nós temos um conjunto de aquíferos muito relevantes que estão no Estado quantitativo de mau. Estamos preocupados e atentos. No fundo, está no percentil abaixo de 20%. Está ligeiramente pior do que a seca histórica de 2005. É um trabalho que estamos a fazer. É verdade que há aquíferos na zona sotavento estão quase cheios. Mas é verdade que a maior parte das massas de água da região do Algarve estão no estado quantitativo medíocre e mau", afirma.
O vice-presidente da APA lembra que na última reunião da comissão da seca ficou decidido proibir fazer novos furos e os que existem estão a ser monitorizados.
"No Algarve, nós temos mais de 30 mil captações de água identificadas no sistema de informação. É um trabalho que nós estamos a fazer. Já notificámos os grandes utilizadores pedindo a eles para reduzir consumos de água. Pedimos a eles para nos reportar o volume de água. No fundo, vamos aumentar a nossa capacidade para monitorizar e avaliar aquilo que são as captações. Vamos fazer um trabalho agora de colocar equipas no terreno, avaliar, procurar, gerir e controlar as captações de águas subterrâneas", concluiu.
A nova reunião da comissão da seca a nível nacional vai realizar-se no dia 25 deste mês.