A diretora do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo explica à TSF o que terá levado os norte-americanos a avançar com a proibição de aromas nos cigarros eletrónicos, e confirma que os aromatizantes aumentam o risco para a saúde.
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A Direção-Geral da Saúde voltou a deixar a recomendação para que não se fumem cigarros eletrónicos. Com os casos de doenças respiratórias registadas nos Estados Unidos, devido à utilização de cigarros eletrónicos, a diretora do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, Emília Nunes, lembra, no entanto, que todo o tipo de tabaco é prejudicial à saúde.
"A DGS recomenda aquilo que sempre recomendou: que as pessoas não consumam tabaco, nem tabaco aquecido, nem cigarros eletrónicos. Nenhum destes produtos é seguro e nenhum é bom para a saúde das pessoas."
Emília Nunes acrescenta, em declarações à TSF, que "os cigarros eletrónicos são particularmente perigosos durante a gravidez, por adolescentes ou pessoas com doenças crónicas, com diabetes e doenças cardiovasculares".
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A diretora do programa da DGS sublinha que ninguém conhece os efeitos dos cigarros eletrónicos, a longo prazo. O problema nos Estados Unidos está a ser seguido por uma rede de vigilância europeia, mas Emília Nunes admite já que seja necessário mudar a lei: "Podemos sempre melhorar a legislação que temos e as medidas de regulação, e sobretudo ir aprendendo com o que a evidência nos vai mostrando. Ninguém sabe quais são os efeitos destes cigarros a longo prazo."
Esta deve ser, na perspetiva da estudiosa dos efeitos do tabagismo, uma "mudança em sede de Comissão Europeia e Parlamento europeu das diretivas que estão, neste momento, em vigor".
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A diretora do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo explica ainda o que terá levado os norte-americanos a avançar com a proibição de aromas nos cigarros eletrónicos, e confirma que os aromatizantes aumentam o risco para a saúde.
"Há estudos que mostram que determinados aromas, como o aroma de canela, de frutos e outros - que são até inócuos quando ingeridos enquanto alimentos -, sujeitos a aquecimento e inalados libertam substâncias que podem ser bastante nocivas para o aparelho respiratório."
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Emília Nunes sugere também a retirada dos aromas em Portugal para enfraquecer a atratividade que estes cigarros poderão ter para os adolescentes.