Não há médicos para reforçar verão no Algarve. Sindicato e Ordem não estão surpreendidos
Roque da Cunha acusa o Governo de usar os médicos "como objetos de propaganda" e Miguel Guimarães lembra que os profissionais de saúde estão "exaustos".
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O concurso para médicos lançado pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve para reforçar o verão na região não teve qualquer candidato.
Segundo avança esta sábado o jornal Público, a ARS oferece alojamento e paga deslocações, mas nenhum profissional de saúde se mostrou interessado em candidatar-se a uma das 60 vagas.
Em declarações à TSF, o presidente da ARS do Algarve, Paulo Morgado, garante que não está em causa a prestação de cuidados de saúde, uma vez que todas as escalas estão asseguradas e é possível recorrer a "mecanismos de proteção de serviços"
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Paulo Morgado lembra que devido à Covid-19 este é um ano "atípico", com menos turistas no Algarve, logo menos procura nos serviços de saúde e situações de urgência.
Para o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha, só há uma forma de os médicos aceitarem trabalhar no Algarve: o Governo tem de "tratá-los bem" em vez de os "utilizar como objetos de propaganda".
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O modelo de concurso para reforçar os hospitais do sul durante o verão "não funcionou" no ano passado - apenas dois médicos concorreram - nem no ano antes desse, por isso deviam procurar-se novas soluções, defende.
Uma das opções pode passar por investir na investigação, por exemplo, já que nos hospitais "as condições de trabalho não são atraentes", considera o sindicalista.
Também o bastonário da ordem dos médicos, Miguel Guimarães, diz que não está "nada surpreendido" com a falta de candidatos para trabalhar no Algarve.
Todos os médicos "estão exaustos" e têm muito trabalho nos respetivos locais de trabalho, lembra.
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