Médicos dentistas procurar recuperar quebra de 80 a 100% nas consultas.
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A medicina dentária começou a regressar à normalidade há cerca de 15 dias (a 3 de maio - na passagem do estado de emergência para o estado de calamidade). Até esta altura, a atividade estava suspensa e os médicos dentistas apenas atendiam em situações de urgência.
A própria Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) diz que o risco de contágio continua elevado e que o impacto nas clínicas e nos consultórios vai ser duradouro.
Na Mealhada, Rui César, médico dentista, garante à TSF ter tido uma quebra de produtividade de 80% durante o pico da pandemia. E este é um número "gentil", garante com sorriso. Os dentistas ficaram "disponíveis para urgências e para aquilo que a OMD considerava como urgências".
Esta necessidade foi justificada pelo facto de a população ter "um acesso mais reduzido à saúde oral no público", logo "as clínicas privadas tinham de prestar esse apoio, até para que as pessoas não fossem obrigadas a ir para um meio hospitalar", afirma.
Mas, assim só a fazer urgências, o médico dentista Rui César confessa que a quebra de atendimentos chegou aos 80%. E garante que houve mesmo situações piores. "Muitos tiveram quebras de perto de 100%, sobretudo aqueles que não têm clínicas próprias", diz.
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Quando entrámos no consultório, Rui César estava de máscara e luvas, o que já era habitual antes da pandemia. Agora, acrescentou um fato protetor e um viseira, por isso "não há que ter medo de ir ao dentista, desde que a clínica dentária assegure todos os mecanismos de proteção". Acrescenta mesmo que o risco é maior para dentistas do que para pacientes, e o médico explica porquê no áudio da notícia.
À entrada da clínica, na Mealhada, desinfetante para as mãos e um aviso: um paciente de cada vez na sala de espera, pois aqui o objetivo é que haja o mínimo tempo de espera para a consulta, evitando o cruzamento entre pacientes.
O médico dentista Rui César admite que ainda há pacientes com medo de voltarem às consultas regulares. Por um lado, o dentista até acha que o medo é positivo. Este regresso "tem de ser uma coisa gradual e alguns ainda demonstram receio, mas o medo é importante, desde que seja q.b.. O povo português é um povo disciplinado, a maior parte vem com máscara, desinfeta as mãos à chegada à clínica e respeita as normas que lhes são mostradas, quer pelo médico, quer pela assistente dentária", afirma.
Para este dentista da Mealhada, o regresso do atendimento normal, como era antes da pandemia, está ainda muito longe. Não se atreve a avançar com uma data, mas deixa o apelo: "é importante voltar, cumprindo as normas, para recuperar a economia.