"Não permitimos que usem nome de crianças para proclamar mentiras." Associações de pais saúdam inquérito aberto ao Chega
Hugo Evangelista, que liderou uma carta aberta contra a divulgação de nomes de crianças imigrantes pelo Chega, disse que usar nomes de crianças "é pisar uma linha vermelha"
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Hugo Evangelista, que liderou uma carta aberta contra a divulgação de nomes de crianças imigrantes pelo Chega, espera que o inquérito esta quarta-feira tornado público pela Procuradoria-Geral da República “vá para a frente”.
“Esperemos que vá para a frente, como é óbvio. Há aqui duas violações graves, tanto do Código Penal, por incitamento ao ódio e à discriminação com base no país de origem, como a divulgação de dados pessoais de menores”, reagiu, em declarações à TSF.
"Acreditamos que há pernas para este processo andar”, insistiu Hugo Evangelista.
Hugo Evangelista disse que usar nomes de crianças “é pisar uma linha vermelha” e garantiu: “Nós não permitimos que pessoas usem o nome das nossas crianças para proclamar mentiras como de que as crianças eram estrangeiras, que não são, (...) e de que elas passaram à frente.”
Um total de 18 associações de pais apresentaram uma queixa a várias entidades contra a "mensagem de ódio dirigida" a imigrantes, propagada por membros do partido Chega, que revelaram nomes estrangeiros de crianças.
A divulgação dos nomes foi feita durante o debate parlamentar às alterações da lei da nacionalidade. "Estes senhores são zero portugueses”, disse André Ventura", perante os aplausos de pé da sua bancada. Na véspera, a deputada Rita Matias leu igualmente, num vídeo no Tik Tok, os nomes de alunos com nomes e apelidos estrangeiros dessa lista.
No debate parlamentar, André Ventura disse que a lista era "pública", mas Rita Matias admitiu posteriormente que não tinha confirmado a "veracidade" dos nomes.
