"Não podemos ficar amarrados." PCP quer Governo a adquirir vacinas fora do acordo com UE
Os comunistas entregaram um projeto de resolução na Assembleia da República com várias recomendações ao Executivo de António Costa.
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O PCP quer que o Governo compre mais vacinas, fora do acordo com a União Europeia, para fazer frente ao coronavírus e ao atraso no fornecimento dos fármacos. Os comunistas entregaram um projeto de resolução, na Assembleia da República, e recomendam ao Governo que tome medidas para acelerar a vacinação.
O PCP lembra que Portugal é o décimo segundo país da União Europeia que menos vacinas recebeu por habitante, e apela ao Governo que vá além do acordo com os estados-membros.
Em declarações aos jornalistas, a deputada Paula Santos deu conta dos sucessivos atrasos, e pediu uma resposta eficaz. "Entendemos que não podemos ficar amarrados a estes acordos, e devemos encetar todos os esforços para a aquisição de vacinas. Vacinas que o Infarmed possa aprovar, para a sua introdução no mercado, para termos mais doses para que a população possa ser vacinada", explicou.
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Os comunistas pedem ainda apoio e investimento ao Governo para que se produzam vacinas em Portugal. "Consideramos que é fundamental o investimento na criação de condições para a produção de vacinas no nosso país. Bem como o apoio na investigação das universidades", afirmou.
O PCP quer ainda que o Governo intervenha, para suspender as patentes das vacinas. "Propomos igualmente que intervenha com a Organização Mundial da Saúde e Nações Unidas para a suspensão da validade das patentes, permitindo a partilha do conhecimento" para o desenvolvimento de novos fármacos.
O processo de vacinação tem ficado marcado por sucessivos atrasos. O PCP recordou que das quatro milhões de doses previstas para o primeiro trimestre, Portugal vai receber apenas dois milhões e meio.
Sobre a inclusão de professores e trabalhadores da educação no plano prioritário de vacinação, a deputada Paula Santos admitiu que o PCP já teve a oportunidade de questionar o coordenador do Plano de Vacinação contra a Covid-19 e a Comissão Técnica de Vacinação se foi considerada essa possibilidade de atribuir prioridade "aos professores e todos os trabalhadores das escolas, assim como outros trabalhadores que todos os dias asseguram serviços essenciais".
A ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu esta terça-feira, em entrevista à SIC, que o Governo está a ponderar a inclusão dos professores e funcionários das escolas no grupo de prioritários da primeira fase de vacinação.
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Portugal administrou a primeira dose da vacina contra a Covid-19 a mais 168.798 pessoas, na última semana, e deu a segunda dose a outras 15.134.
Os dados constam do relatório de vacinação divulgado esta terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, que dá conta de que há já um total de 603.486 portugueses que receberam pelo menos uma dose da vacina e que, deles, 265.281 já completaram o processo de vacinação ao receber uma segunda dose.