"Não podemos ficar impávidos e serenos." PSP protesta antes, durante e depois da JMJ por falta de meios
À TSF, o dirigente da ASPP, Paulo Santos, adianta que os polícias não têm maneira de responder ao que se espera do próximo verão nos aeroportos nacionais, especialmente, em agosto, com a Jornada Mundial da Juventude.
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A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) prepara-se para protestos antes, durante e depois da Jornada Mundial da Juventude. As medidas concretas vão ser discutidas numa reunião no próximo dia 7 de junho, mas, desde já, o dirigente da ASPP, Paulo Santos, deixa claro que faltam meios, agentes, condições de trabalho e um subsídio aeroportuário. Além disso, faltam também os prometidos agentes do SEF que iriam transitar para a PSP.
"O que nós sabemos é que os senhores inspetores do SEF estarão todos na Polícia Judiciária. Há aqui um período de transição, têm sido formados elementos da PSP para desempenhar a missão do SEF, mas nós não temos dados para perceber o que é que vai ser a realidade dos aeroportos daqui a um mês ou dois, quando entrarem muitos turistas no nosso país. Nós sabemos que também os aeroportos do Porto, de Lisboa e de Faro não têm estruturas físicas do ponto de vista das boxes e daquilo que são as condições de trabalho para que os polícias possam desempenhar a sua missão como deve ser desempenhada", explica à TSF Paulo Santos.
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Junto aos dois contentores onde funciona, há 12 anos, a divisão de segurança aeroportuária da PSP, Paulo Santos avisa, mais uma vez, que os polícias não têm maneira de responder ao que se espera do próximo verão nos aeroportos nacionais, especialmente, em agosto, com a Jornada Mundial da Juventude.
"Não podemos ter os polícias a trabalhar sobrecarregados, desmotivados, desgastados e depois ainda com a agravante da Jornada Mundial da Juventude, em que vai retirar-se vários polícias a várias realidades da PSP, desde os comandos aos aeroportos. Como é que nós podemos cumprir a nossa missão com esta realidade? É isso que nos preocupa", sublinha.
A ASPP queixa-se de não ser ouvida pelo Governo, e vai agora decidir qual será o próximo passo.
"Há um conjunto de iniciativas que temos a perspetiva de realizar antes da Jornada, no decurso da Jornada e pós Jornada, dentro daquilo que é o nosso quadro legal, mas entendo, enquanto responsável sindical, que também não podemos ficar impávidos e serenos a assistir a esta realidade depois de termos feito vários alertas e estarmos constantemente a fazer alertas", acrescenta.
As medidas concretas ainda vão ser definidas, mas Paulo Santos fala em medidas de peso, que podem passar por ações conjuntas com outros sindicatos da PSP.
Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se entre 01 e 06 de agosto em Lisboa, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
A Polícia de Segurança Pública já avançou que o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (cometlis) vai ser reforçado com 2.800 polícias de outros comandos do país, que se vão juntar aos cerca de 7.000 elementos do Cometlis, além do efetivo da Unidade Especial de Polícia.
A edição deste ano contará com a presença do Papa Francisco, que estará em Portugal entre 02 e 06 de agosto.
A JMJ de Lisboa esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia da Covid-19.