"Não saímos daqui." Protesto de agricultores corta principal avenida de Coimbra
Os agricultores prometem continuar no local enquanto esperam pela resposta do do Ministério da Agricultura.
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Os agricultores em Coimbra mantêm-se na Avenida Fernão Magalhães, que ocupam desde quinta-feira, mesmo depois de uma reunião com a Direção Regional da Agricultura do Centro que, aparentemente, não teve sucesso. João Monteiro Grilo, porta-voz destes agricultores, disse esta sexta-feira de manhã à TSF que o protesto é para manter.
"Estamos sempre preocupados com as pessoas, há sempre aqui responsabilidades. Então estivemos sempre alerta para ver se estava tudo nos conformes, se não havia novidade nenhuma. Foi uma noite fria, mas nós como somos do campo estamos habituados a estas adversidades. Foi tudo tranquilo. Não lhe consigo dizer quantos dormiram aqui, mas praticamente todos os donos dos tratores, à volta de 250", contou João Monteiro Grilo.
Prometem continuar no local enquanto esperam pela resposta do do Ministério da Agricultura.
"Estamos a aguardar. Se não tivermos a resposta não saímos daqui", avisou o porta-voz dos agricultores em Coimbra.
Esta sexta-feira vão adotar novas formas de protesto, designadamente buzinões e marcha lenta na Baixa da cidade.
Às 08:00, os manifestantes efetuaram um buzinão e prometeram repetir de hora a hora o mesmo ruído de protesto.
A circulação naquela avenida está cortada entre a rotunda da rodoviária e a rotunda da Cindazunda nos dois sentidos, sendo apenas possível a circulação para veículos de emergência e de socorro.
Estes agricultores entregaram na quinta-feira um caderno reivindicativo na Direção-Geral de Agricultura e Pescas, mas ainda não receberam resposta.
A maior parte das medidas do pacote de apoio aos agricultores portugueses, que foi anunciado na quarta-feira, com mais de 400 milhões de euros de dotação, entra em vigor ainda este mês, anunciou na quinta-feira o Governo.
Vários manifestantes que na quinta-feira estiveram por todo o país acabaram por desmobilizar ao início da noite, depois de se terem concentrado de madrugada, mas em Coimbra e em outros locais ainda se mantêm os protestos.
Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira, os agricultores reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.