A mudança da hora de inverno para a hora de verão é esta madrugada. Os relógios adiantam 60 minutos.
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À 1h passam a ser 2h da manhã. Nos Açores, a mudança é feita à meia-noite. Este domingo, 26 de março, tem menos uma hora e passa a ser de dia até mais tarde.
Hoje já é um pouco tarde, mas ficam os conselhos para próximas mudanças de hora. O presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono diz que o ideal é as pessoas anteciparem lentamente a mudança da hora, deitando-se um pouco mais cedo, para minimizar "os prejuízos" que esta alteração causa no organismo.
Miguel Meira e Cruz alerta que "desafiar o tempo interno é um risco real para a saúde" e aponta algumas formas de o minimizar.
"É importante que o quarto seja mantido escuro e com temperaturas adequadas (nem muito frio, nem muito calor) para que o sono se processe da melhor forma", aconselha. Os que praticam exercício físico em horas tardias também devem tentar antecipar o horário do exercício, bem como a sua intensidade.
Miguel Meira e Cruz refere ainda que existem várias razões para se considerar totalmente inoportuna a mudança que ocorre duas vezes por ano. Apesar de ser sobre o sono que estas alterações horárias parecem ter mais efeitos, cada um dos órgãos sofre "um desajuste que demora bem mais tempo a recuperar do que o desacerto do ciclo vigília-sono".
"Sabemos por exemplo que existe uma interação dinâmica entre o relógio circadiano interno e a divisão celular e que esta interação influencia por exemplo o desenvolvimento de certas doenças, nomeadamente tumorais. É efetivamente real o risco e o efeito pode não ser visível a curto prazo, mas existe", salienta.
Também vários trabalhos epidemiológicos têm sugerido repetidamente que a mudança horária aumenta o risco cardiovascular, de acidentes e a ocorrência de maior instabilidade emocional, sobretudo em pessoas vulneráveis.
O investigador adianta que a maioria das pessoas esquece o impacto inicial da mudança após três ou quatro dias, sobretudo pela "frequência de horários irregulares e de maus hábitos" que têm relativamente ao sono e que "fazem ter dúvidas sobre o que é que provoca o quê".