Governo prefere Alcochete, mas contrato obriga a Montijo, diz autarca do Seixal
Presidente da Câmara do Seixal diz que primeiro-ministro prefere Campo de Tiro de Alcochete, mas que contratos obrigam a que seja Montijo. Joaquim Santos apela à renegociação contratual e junta-se ao autarca da Moita contra aeroporto do Montijo.
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Seixal e Moita fincam o pé: a melhor solução para o aeroporto é Alcochete e não o Montijo. Aliás, até o governo prefere o Campo de Tiro de Alcochete, diz o autarca do Seixal à saída da reunião com o primeiro-ministro na residência oficial de São Bento.
"O primeiro-ministro e o governo estão em acordo de que no Campo de Tiro de Alcochete é melhor, foi isso que foi transmitido, no entanto referem condições contratuais que obrigam a esta solução no Montijo", sublinha o seixalense Joaquim Santos.
Por isso mesmo, o autarca apela à renegociação: "Penso que primeiro-ministro deveria exercer a sua função enquanto governante e primeiro defensor das populações e interesse nacional que era de facto que se há questões contratuais que obrigam a uma má solução, a solução é renegociar essas condições contratuais e fazer com que as mesmas obriguem a uma boa solução e que é o Campo de Tiro de Alcochete".
Ainda assim, Joaquim Santos nota que o primeiro-ministro não mostrou qualquer abertura para renegociar o contrato que tem com a ANA Aeroportos.
Moita não tem nada para negociar
Sim a conversar, mas não há nada para negociar. A posição é vincada pelo presidente da Câmara Municipal da Moita, Rui Garcia, o primeiro dos autarcas a ser recebido pelo primeiro-ministro para conversar sobre o novo aeroporto do Montijo.
"Não se trata de negociação porque para nós a avaliação dos impactos sobre a população não são negociáveis. Não está em causa colocarmos contrapartidas, não se trata de negociação no sentido estrito da palavra, trata-se de um diálogo sobre uma matéria de grande importância para a região e para o nosso concelho", nota Rui Garcia.
À saída da reunião com António Costa, o autarca da Moita não fecha a porta ao diálogo, pelo contrário, mas deixa o aviso: "Aquela localização tem, inevitavelmente, um conjunto vasto de consequências que nos parece difícil de ultrapassar".
A conversa segue na segunda quinzena de março.