"Não sou de desistir." Vitalino Canas estranha resultado da votação para o TC
Antigo deputado conclui que a votação não se centrou apenas nos nomes que foram avançados.
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Vitalino Canas estranha o resultado da votação no Parlamento na qual não conseguiu ser eleito para juiz do Tribunal Constitucional (TC) proposto pelo PS. O antigo deputado conclui que a votação não se centrou apenas nos nomes que foram avançados.
O PS propôs Vitalino Canas e António Clemente Lima para juízes do TC, o nome de Correia de Campos para presidir ao Conselho Económico Social e a lista conjunta PS/PSD de vogais para o Conselho Superior de Magistratura. Foram todos chumbados.
No caso dos dois nomes para o Tribunal Constitucional, nem na bancada do PS os dois nomes foram unânimes. A escolha de Vitalino Canas esteve envolvida em polémica desde o início.
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O juiz confessa à TSF que fez vários contactos e que os resultados eram encorajadores, mas acabou por não se expressar na votação desta sexta-feira. Vitalino Canas conclui que, afinal, não foram apenas os nomes que estiveram a votação.
"Senti aqui que a votação que se verificou não foi apenas uma votação dos nomes, foi uma votação que teve um contexto mais vasto. Verifiquei, desde logo, que houve uma lista apresentada conjuntamente pelo PS e pelo PSD que não obteve maioria necessária e que os nomes são escolhidos em conjunto pelos dois partidos. Há aqui uma questão mais vasta que tem a ver com o funcionamento deste sistema de votações", explicou Vitalino Canas.
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Nem na bancada do PS os votos foram consensuais.
"Não me quero pronunciar sobre as opções individuais de cada um, já manifestei a minha honra e orgulho em relação à opção coletiva do Partido Socialista e do grupo parlamentar do PS em apresentar a minha candidatura. Para mim é isso que vale", afirmou o juiz.
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O PS já fez saber que remete para Vitalino Canas e António Clemente Lima a decisão de se sujeitarem a nova votação. Vitalino Canas prefere não revelar o que vai fazer, mas deixa duas garantias.
"Não gosto de me impor a ninguém, mas também não sou de desistir, as pessoas não me conhecem por desistir facilmente. Portanto, se estiver apenas em causa escolher candidatar-me ou não, a decisão seria de acordo com esses dois princípios: não me impor a ninguém, mas também não desistir facilmente", acrescentou Vitalino Canas.
A TSF contactou o PSD e obteve a garantia, por parte da direção de Rui Rio, que não houve nenhum acordo de cavalheiros com o PS para as três votações desta tarde: juízes do Tribunal Constitucional, Conselho Económico e Social e vogais do Conselho Superior de Magistratura.