"Não tenho contacto com ninguém." Mãe das gémeas luso-brasileiras garante que não conhecia filho de Marcelo
Daniela Martins afirma estar disponível para se deslocar a Portugal para prestar todos os esclarecimentos na comissão de inquérito
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A mãe das gémeas luso-brasileiras garante que não conhecia nem o filho do Presidente da República, nem qualquer governante. O caso está em segredo de justiça e, para já, o principal arguido é Lacerda Sales, antigo secretário de Estado da Saúde.
Em declarações à RTP, Daniela Martins, a mãe das gémeas luso-brasileiras que receberam em Portugal o medicamento mais caro do mundo, assegurou que não conhecia o filho do Presidente da República, Nuno Rebelo de Sousa.
"Nunca falei com o Nuno, eu conheci a esposa dele após e quando eu já estava a viver cá no Brasil e não tenho contacto nenhum, nem com ele, nem com a médica, nem com o doutor Lacerda, com ninguém. Sigo a minha vida a cuidar das minhas filhas", disse.
Daniela Martins afirmou que está disponível para se deslocar a Portugal para prestar todos os esclarecimentos na comissão de inquérito.
"Pretendo ir se as meninas estiverem estáveis. Eu preciso que elas estejam bem de saúde, para eu poder ir a Portugal", referiu, questionando: "Porque é que me envolveram nessa história totalmente política, como é que eles expõem as minhas filhas dessa maneira?"
Daniela Martins criticou ainda as acusações de que tem sido alvo nos últimos dias.
"É sabido que eu não morava em Portugal antes do tratamento das meninas. Após o tratamento, foram acompanhadas em diversos centros, inclusive no hospital, no Centro de Medicina de Alcoitão. Foram acompanhadas pela equipa do próprio Hospital de Santa Maria. Então é bem absurda essa história de dizer que eu não morei em Portugal. Não tem o menor cabimento isso", acrescentou.
Em causa está o tratamento hospitalar de duas crianças gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa e receberam em Portugal, em 2020, o medicamento Zolgensma, com um custo de quatro milhões de euros.
O caso foi divulgado pela TVI, em novembro passado, e está ainda a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) já concluiu que o acesso à consulta de neuropediatria destas crianças foi ilegal.
Também uma auditoria interna do Hospital Santa Maria concluiu que a marcação de uma primeira consulta hospitalar pela Secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras neste caso.
