"Não vivemos de previsões, vivemos de resultados." Costa desvaloriza números do FMI para Portugal
O primeiro-ministro considera que "é fundamental" que Portugal "mantenha uma trajetória de estabilidade".
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O primeiro-ministro, António Costa, desvalorizou, esta quarta-feira, as previsões do FMI, que apontam Portugal como o segundo país europeu que menos vai crescer nos próximos anos.
"Aquilo que nós temos verificado desde que sou primeiro-ministro é que a realidade tem superado as previsões, mesmo as mais otimistas, que tendem a ser as do Governo. Ainda o ano passado tivemos um crescimento económico superior àquele que o próprio Governo tinha. Nós não vivemos de previsões, vivemos de resultados. Para isso é fundamental que Portugal mantenha esta trajetória de estabilidade, que incentiva o investimento", afirmou António Costa, em declarações aos jornalistas na Coreia do Sul.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou na terça-feira a previsão de crescimento do PIB português este ano para 1%, mas está mais pessimista sobre a taxa de inflação, que prevê atingir 5,7%.
Na atualização das previsões económicas mundiais, divulgadas hoje, o FMI prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 1% este ano e 1,7% em 2024, quando em outubro apontava para 0,7% em 2023 e 2,4% em 2024.
A previsão do FMI para este ano alinha com a da Comissão Europeia e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e fixa-se abaixo dos 1,3% esperados pelo Governo no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) -- que podem ser atualizados no Programa de Estabilidade, entregue até ao dia 15 de abril -- e dos 1,2% do Conselho das Finanças Públicas (CFP) e dos 1,8% do Banco de Portugal (BdP).
A instituição de Bretton Woods prevê ainda que a taxa de inflação atinja 5,7% este ano e 3,1% em 2024, quando em outubro apontava para 4,7% e 2,6%, respetivamente.
A previsão para este ano fica acima dos 4% apontados pelo executivo, aproximando-se dos 5,4% estimados pela Comissão Europeia, dos 5,5% previstos pelo BdP e dos 5,9% do CFP, aquém dos 6,6% da OCDE.
O FMI prevê ainda que a taxa de desemprego passe de 6% em 2022 para 6,6% em 2023 e para 6,5% em 2024.
Segundo as previsões divulgadas na terça-feira, o FMI espera ainda que o saldo da balança corrente portuguesa passe de -1,3% para -0,8% este ano e -0,7% em 2024.