Natal e Passagem de Ano ajudaram a evitar maiores quebras na venda de espumante
A queda no número de casamentos, batizados e outras festas causou uma redução da compra de espumante, durante este ano.
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2020 é um ano que vai ficar na memória de todos, pelas piores razões. A pandemia da Covid-19 cancelou muitos festejos e isso também teve reflexões na venda de espumantes, assume Orlando Loureiro, produtor das marcas Raposeira e Murganheira, que estima uma quebra de 20% na comercialização de garrafas.
"O verão foi difícil, a restauração fechada foi muito difícil, não haver festas de fim de ano, não haver também ao longo do ano casamentos, batizados, festas de sociedade e empresas e, portanto, essa quebrazinha houve", afirma.
O cenário só mudou agora em dezembro, o mês das festas de Natal e do Réveillon.
"Apesar de tudo, deste pandemónio, o mês de dezembro foi muito satisfatório. Parece que entrámos para esta época de festas de Natal e Ano Novo com o desejo de pelo menos cada família comprar uma garrafinha de espumante para a passagem de ano em casa. Foi muito aceitável, veio melhorar um pouco o panorama dos nove meses anteriores", diz.
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Com as restrições para a passagem de ano, como o recolhimento obrigatório ou a proibição da circulação entre concelhos, e com a ausência de festas para celebrar a entrada em 2021, pelas contas de Orlando Loureiro, ficaram por vender, este ano, milhares de garrafas de espumante em Portugal. Das caves da Raposeira e da Murganheira, em Lamego e Tarouca respetivamente, saíram um total de três milhões de garrafas para o mercado.
Na opinião do empresário, em 2020 só houve um motivo para brindar com espumante: o início da campanha da vacinação contra o coronavírus, que arrancou no passado domingo e que, para já, abrange apenas os profissionais de saúde.
"É a única razão. A vacina chegou cedo e, para nós, é uma satisfação saber que podemos, dentro de três, quatro, cinco meses, começar a entrar na normalidade. É o único festejo, porque deixar o ano 2020 é mau, entramos desconfiados em 2021 e portanto não há muito que festejar", frisa.