"Necessidade de primeira linha." Cruz Vermelha quer que saúde mental seja direito humano universal
À TSF, a Cruz Vermelha lamenta que "menos de 2% dos orçamentos dos Estados" seja destinado à saúde mental.
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A saúde mental ainda é vista como "quase um luxo" quando devia ser tratada "como uma necessidade de primeira linha", defendeu esta terça-feira, em declarações à TSF, a Cruz Vermelha. No dia em que se assina o dia da Saúde Mental, a organização de voluntariado espera que esta venha a ser um direito humano universal e que possa falar "sem qualquer tabu".
"Menos de 2% do orçamento dos Estados é alocado à saúde mental. Na época que corre, em pleno século XXI, isto é uma contradição absoluta. Se nós não cuidarmos do capital humano, não iremos ter uma sociedade desenvolvida onde todos sintamos que, de facto, somos cidadãos de primeira", diz a psicóloga da Cruz Vermelha, Susana Gouveia.
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Insistindo na ideia de que "a saúde mental importa", a psicóloga considera ainda que, atualmente, é preciso "falarmos sobre as coisas que nos perturbam sem qualquer tabu e sem qualquer dificuldade".
Mas, para isso é necessário "a comunidade perceba que empatizar com a dor do outro é uma tarefa de cada um e não só dos técnicos de saúde", defende.
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A Federação Internacional da Cruz Vermelha integra, desde junho, o projeto financiado pela União Europeia, no qual realizam ações de formação em primeiros socorros psicológicos.
Susana Gouveia explica que as aprendizagens são gratuitas e estão disponíveis para qualquer pessoa mas ressalva que a prioridade é para quem está em primeira linha, nomeadamente os voluntários da Cruz Vermelha, cujo objetivo é que "estejam mais capacitados para dar uma resposta com humanidade, acima de tudo visível e sentida".
Desde junho, a Cruz Vermelha já formou 171 pessoas em primeiros socorros psicológicos e até ao final de 2025 espera que sejam 2100 pessoas.