Negociações entre sapadores-bombeiros e Governo. "Seria útil o primeiro-ministro ouvir o que os sindicatos têm para dizer"
As negociações estão suspensas e sem data para serem retomadas. Em declarações à TSF, o presidente do Sindicato Nacional dos Sapadores-Bombeiros garante que, até agora, não há avanços na conversa
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As negociações entre o Governo e os sapadores-bombeiros não têm data para serem retomadas. Em declarações à TSF, o presidente do Sindicato Nacional dos Sapadores-Bombeiros, acredita que "seria útil" que o primeiro-ministro se envolvesse nas negociações.
"É a pessoa que manda no Governo, se calhar seria útil ele ouvir o que os sindicatos têm para dizer, o sentimento que os bombeiros têm", atira Ricardo Cunha, sublinhando que "não tem problema nenhum" se as exigências dos sindicatos forem aceites de forma "faseada". "Pode ser no próximo ano, em um ano, dois ou até três. Desde que consigamos atingir aquilo que entendemos ser o mais correto, não tem problema nenhum", reforça.
"Temos é de ser honestos naquilo que estamos a negociar e credíveis e, neste momento, isso não está a acontecer. O Governo diz sempre que as negociações não estão fechadas, mas por este prisma vamos andar aqui cinco ou seis anos para chegarmos a um entendimento", refere.
O sindicalista garante que não há avanços na conversa. "No nosso entender está no ponto zero, porque continuam a apresentar propostas que não têm sequer um caminho ou uma possibilidade de podermos chegar a um entendimento. O Governo, neste momento, apresenta propostas em que sobe de um lado e baixa de outro e nós não podemos aceitar. Já temos dito ao secretário de Estado que, se é para continuarmos assim, se calhar temos de ponderar se vale a pena continuar as negociações. Vamos ver", afirma, adiantando que nada aproxima Governo e sindicatos.
"Sobre a tabela salarial, o nosso sindicato apresentou uma proposta e dissemos logo que ela tinha uma pequena margem negocial. Também estamos muito longe da pequena margem que temos como nosso limite, depois a nível dos suplementos nem vamos falar, porque, inicialmente, o Governo propôs 37,5 euros em 2025; 77,5 euros em 2026. Agora propõe 50 euros em 2025, 70 euros em 2026 e cem euros em 2027. Está fora de questão. Já dissemos ao secretário de Estado que queremos um valor em percentagem e essa percentagem tem de estar, no mínimo, no valor que é atribuído às forças de segurança", explica.
Ricardo Cunha considera que "se há uma profissão que envolve sempre risco é a de bombeiro". "Não há essa sensibilidade por parte do Governo, há sempre muitos malabarismos e não concordamos com esses malabarismos. Continuam a querer reduzir as categorias que existem atualmente nas sapadores-bombeiros para apenas cinco, querem retirar a palavra sapador-bombeiro, porque querem equiparar-nos a bombeiros voluntários. O bombeiro voluntário é um bombeiro que não é profissional, nem sequer é comparável com o sapador-bombeiro. Não aceitamos, é inegociável", acrescenta.
O Governo suspendeu esta terça-feira as negociações com os sindicatos dos sapadores-bombeiros, sem que até ao momento tenha sido apontada uma data para retomar as discussões.
