Negrão quis abandonar liderança da bancada. Rio é boa solução, mas só a curto prazo
Foi um ano e meio difícil, mas Fernando Negrão garante que sai "sem mágoa" da liderança da bancada parlamentar do PSD.
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Fernando Negrão considera que acumular a liderança do PSD e a liderança da bancada parlamentar não é uma boa solução a longo prazo. Em declarações à TSF, o social-democrata revela ainda que pediu para não continuar à frente da bancada.
"Não estava disponível porque foi um ano e meio muito duro, em circunstância difíceis. Foi um ano e meio de luta política muito violenta e eu achava que os tempos agora são de luta interna, entre candidatos que já se perfilaram, e o debate político deve ser entre essas pessoas", justifica.
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Rui Rio anunciou esta segunda-feira que será recandidato à liderança do PSD e que assume também a liderança da bancada parlamentar do partido até ao Congresso Nacional que se reúne dia 8 de novembro em Bragança.
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"Se me perguntasse se como solução definitiva isto é uma boa solução eu diria que não. Mas o próprio dr. Rui Rio explicou que não é uma solução definitiva."
O período até lá será pacífico, considera. "Enquanto eu fui líder parlamentar os deputados perceberam que a unidade do grupo parlamentar é importante para que o partido tenha um referencial de estabilidade e tenho a certeza que os deputados agora, por maioria da razão, compreenderão que essa estabilidade do grupo parlamentar é fundamental como referencial do PSD como um partido de oposição ao PS e a quem governa."
Fernando Negrão lembra que Rui Rio tem dez anos de experiência enquanto deputado e recorda a sua capacidade para fazer oposição "acutilante" - estava sempre "muito bem preparado, nas áreas económicas e financeiras principalmente", nota.
"Tenho a certeza que assumirá com convicção e vontade de construir uma verdadeira alternativa."
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Negrão garante que não sai "com mágoa nenhuma" da liderança da bancada parlamentar do PSD, até porque nunca sai com mágoa "de lado nenhum". "Vejo tudo como uma experiencia, um ensinamento", diz.
Por outro lado, "fica completamente postas de parte" a hipótese de regressar à liderança da bancada parlamentar do PSD. "Estarei disponível para qualquer outra missão difícil que possa surgir", garante.
A sua liderança na bancada do PSD ficou marcada por "momentos de tensão e "quezílias" entre deputados, mas "o essencial é que o grupo parlamentar sempre deu provas de unidade e nunca falhou" no seu papel na oposição, destaca.