Terminou em Berlim mais uma edição da Semana Verde Internacional com nove empresas portuguesas representadas. Nem as manifestações marcadas para a capital afastaram a clientela.
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"As pessoas já percebem que o nosso produto tem muita qualidade e procuram-nos de ano para ano", assegura Sérgio Saraiva, comercial da DRA produtos regionais que marca, mais uma vez, presença na Semana Verde Internacional de Berlim que termina este domingo.
É a sétima vez consecutiva que Portugal participa nesta feira de dez dias, num espaço de 95 metros quadrados, um número praticamente idêntico ao ano anterior, tal como os produtos, porque "no que está bem, não se mexe", garante à Lusa Carlos Lima, responsável da Unidade + Internacionalização da Associação do Cluster Agroindustrial do Centro, Inovcluster.
Nos dois primeiros dias da feira, duas grandes manifestações de agricultores e ambientalistas pararam a cidade mas isso não desanimou os empresários portugueses.
"As pessoas já conhecem o nosso 'stand', visitam-nos todos os anos e adoram os nossos produtos", assegura, acrescentado, em jeito de balanço, que a feira correu muito bem.
"O produto mais procurado é o pastel de nata, é o mais conhecido, o que não implica que os rissóis, os pastéis de bacalhau, os enchidos, os queijos, os azeites ou vinhos sejam esquecidos. Nesta edição vamos ter tudo isso. Algumas empresas reforçam e levam outros produtos, mas não podem inovar muito porque as pessoas sabem o que querem", admite Carlos Lima.
É o caso da Pastéis de Portugal, da Lourinhã, que traz, pela primeira vez, produtos que representam várias localidades do país, desde o pastel de aguardente da Lourinhã, ao de Licor de Ginja de Óbidos ou Vinho do Porto e alfarroba com medronho.
"O mais interessante para os alemães é o de bolota. A maior parte não sabe que se pode usar na comida por isso ficam espantados e gostam", assegura Pedro Ferreira, o gerente da empresa.
De acordo com a Inovcluster, "os últimos dados sobre o comércio agroalimentar revelam um nível recorde das exportações da União Europeia". Em outubro de 2019 ascenderam a 14,7 milhões de euros, ou seja, mais 12% do que igual período do ano anterior.
"O setor é um dos grandes motores da economia nacional. Exportamos à volta de 90% do que produzimos. Esta feira é um palco privilegiado para mostrar a todo o mundo a qualidade dos produtos portugueses", adiantou Cláudia Domingues Soares, presidente da Inovcluster.
A Alemanha é um dos principais destinos dos produtos portugueses deste setor. "São clientes fiéis, estáveis, com poder económico, gostam dos nossos produtos e já os conhecem bem e isso faz com que os números aumentem de ano para ano", realça Carlos Lima.