Nem toda a função pública tem "a necessária habilitação" para reforçar equipas de rastreio

LUSA
Carlos Silva vai ser ouvido esta tarde pelo Presidente da República que recebe os parceiros sociais.
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O secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT) compreende a intenção do Governo de recorrer aos funcionários públicos para reforçar as equipas de rastreio à Covid-19, mas, em entrevista ao Fórum TSF, sublinha que nem todos estão habilitados a desempenhar essa missão.
Entrevistado pelo jornalista Manuel Acácio, Carlos Silva lembra o ditado popular "quem te manda a ti sapateiro tocar rabecão" para dizer que "é preciso percebermos que para que desempenhemos determinadas funções tenhamos a necessária habilitação e a necessária habilitação", ou seja, é preciso definir que tipo de funcionários públicos vão ser chamados, já que, na visão do sindicalista, "fazer um alastramento generalizado a toda a função pública tem, naturalmente, alguns riscos".
Carlos Silva vai ser ouvido esta tarde pelo Presidente da República que recebe os parceiros sociais. O líder da UGT vai dizer a Marcelo Rebelo de Sousa que é favorável ao recolher obrigatório. "Não tenho grandes dificuldades em perceber a necessidade de se aplicar o recolher obrigatório. O recolher obrigatório já é uma coisa que está a acontecer em vários países europeus", sustenta.
Na visão do secretário-geral da UGT, o Governo tem cometido alguns erros que confundem as pessoas, nomeadamente ao autorizar a presença de público na Fórmula 1, mas reconhece que todos os cidadãos devem ser responsáveis.
"Julgo que não é uma maioria, mas continua a haver muitos cidadãos que acham que a responsabilidade não é deles, é dos outros", remata.
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