"Ninguém no país está acima da lei." Apesar da crise política, Portugal é "estável"
António Costa Silva sublinha que o Estado português "é governado pela lei" e que o seu sistema democrático "é muito consistente".
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O ministro da Economia, António Costa Silva, defendeu esta quinta-feira que, apesar da crise política, Portugal é "um país estável", apontando igualmente que o seu sistema democrático é "muito consistente" e que "ninguém está acima da lei".
No discurso de encerramento do evento da Web Summit, António Costa Silva reconhece que os tempos atuais são difíceis, mas deixa uma mensagem de confiança, num discurso dirigido aos investidores.
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"Vivemos num mundo conturbado, muito fragmentado e polarizado, e Lisboa e a Web Summit são um local de esperança", afirma.
Ainda assim, o governante aponta que Portugal "é um país aberto, que hoje está sob uma crise política, mas é estável".
"Ninguém no país está cima da lei, o país é governado pela lei e temos um sistema democrático muito consistente. Vamos encontrar o nosso caminho para o futuro", assegura.
O responsável pela pasta da Economia sublinha ainda, "a todos os investidores", que os dois maiores partidos políticos "que lideram o país, neste tempo democrático", partilham uma coisa em comum: "Ambos partilham uma visão pró-europeia, uma visão a favor da economia de mercado e de atração de investimentos estrangeiros".
"O país está a sair-se muito bem. Em 2022, na União Europeia, passámos, de 8.ª para 6.ª posição em termos de atração de investimento", destaca, acrescentando que no Estado português tem uma lei "muito competitiva" para as startups, que o Governo se encontra a "aprimorar".
"Estamos em negócio e estamos a olhar para o futuro", assevera.
A Web Summit contou este ano com 70.236 participantes de 153 países.
No total, há nove arguidos no processo Influencer, incluindo o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado, antigo secretário de Estado da Justiça e ex-porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.
O processo está relacionado com a exploração de lítio em Montalegre e de Boticas (ambos distrito de Vila Real), com a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e com o projeto de construção de um centro de dados (Data Center) na zona industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus.
O primeiro-ministro, António Costa, que surgiu associado a este caso, foi alvo da abertura de um inquérito no Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça, situação que o levou a pedir a demissão, tendo o Presidente da República marcado eleições antecipadas para 10 de março de 2024.