Nas ruas da cidade de Viseu encontram-se antigos votantes do PSD que admitem ir colocar a cruz no boletim de voto no candidato do Chega.
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Nas ruas há pouca gente no primeiro dia de confinamento, mas mesmo assim ainda se encontra quem caminhe pela baixa de Viseu. "António Gouveia, quer o meu número de telefone também, menina?"
Aos 77 anos, António Gouveia admite que este ano não irá votar no candidato apoiado pelo seu partido de sempre, o PSD. Irá colocar a cruz no boletim de voto mais à direita, em André Ventura. "Se ele fizer aquilo que promete, até é bom", diz o idoso.
Então e Marcelo Rebelo de Sousa? "O Marcelo quando começou era uma coisa, agora é outra. Quem nos deixou chegar a este ponto foi ele e o Costa, que estão unidos um com o outro", afirma.
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Se dúvidas houvesse de que o partido da extrema-direita parlamentar e o seu candidato estão a roubar votos aos tradicionais partidos de direita, elas desaparecem ao chegar ao chamado Cavaquistão, distrito onde o PSD tem conseguido desde sempre ganhar.
Amando, outro habitante da terra, revela que vê muitos dos seus conhecidos a mudarem de partido. "As pessoas estão a mudar um bocadinho a sua maneira de pensar e a fugir do candidato que está melhor posicionado, que é o Marcelo Rebelo de Sousa."
Mas em Viseu há também quem considere que o povo português não ficará convencido com o discurso do candidato André Ventura. "Para a maioria é um discurso que não passa porque as pessoas têm coração e são conscientes", diz um habitante que não se quer identificar. "Ele defende posições que atrapalham alguns cidadãos que não têm nada, como os ciganos, coitados."
Em Viseu, André Ventura tem marcado para esta noite um jantar comício num hotel da cidade.