No Interior, falta saúde, empresas e pessoas. Poder local pede maior autonomia
Neste Dia da Autonomia do Poder Local, fomos saber como o município com menos população e o município mais afastado da capital encaram a dependência do poder central.
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O presidente da Câmara Municipal de Barrancos afirma que o poder local ainda tem uma autonomia muito limitada. Com cerca de 1800 habitantes e constituído por uma única freguesia, Barrancos é o município mais pequeno do continente em termos de população.
João Nunes lembra, no entanto, que, apesar de serem menos, as necessidades destas pessoas são as mesmas que as das que vivem nos grandes centros populacionais.
"Apesar de serem menos [pessoas], há sempre um conjunto de necessidades básicas fundamentais. E, para não sermos cada vez menos, é necessário fazer intervenções musculadas no território" que travem essa tendência, defende João Nunes, em declarações à TSF.
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O autarca considera que as políticas que têm sido postas em prática não têm respondido à tarefa de evitar a "desertificação" do concelho e lamenta que o fluxo migratório para fora continue a verificar-se.
"Não há mercado local suficiente para instalar empresas e para estas terem mão-de-obra; não há médicos,...", aponta.
João Nunes queixa-se, por isso, de que a autonomia do poder local é ainda muito limitada.
"A autonomia devia ser muito maior em termos regionais, para termos um conjunto de forças representativas e, de facto, com alguma importância", indica.
Já no concelho do continente mais afastado da capital, Miranda do Douro, a questão da autonomia do poder local é sentida principalmente ao nível dos serviços de saúde.
Ouvido pela TSF, o presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Artur Nunes, nota como o município tem muita população envelhecida, que necessita bastante de serviços de saúde permanentes.
"As respostas para a saúde são limitadoras, o transporte continua a ser cada vez pior", lamenta.
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Para combater esta realidade, o autarca gostaria que o poder local tivesse autonomia para, por exemplo, "possibilitar consulta aberta e o atendimento permanente durante a noite".
"Hoje, a telemedicina resolve muitos problemas, mas é preciso que o centro de saúde esteja aberto durante o período noturno", sublinha Artur Nunes, que considera que esta seria uma forma de garantir a segurança à população residente e aos visitantes do concelho.