No público espera-se anos para engravidar, enquanto no privado há dadores a mais
Ideia de que doações são diferentes no público e privado é um mito: em ambos os casos as dádivas são renumeradas.
Corpo do artigo
Enquanto no setor privado há mais doações de gâmetas do que casais a recorrer à procriação medicamente assistida, no Serviço Nacional de Saúde (SNS) a espera pelo mesmo tratamento pode chegar aos três anos.
Segundo a edição desta segunda-feira do Jornal de Notícias, há 814 casais e mulheres solteiras à espera para engravidar com ajuda de um dador de espermatozoides ou óvulos. Em 2019 as dádivas até aumentaram, mas apenas 4% tiveram com destino Banco Público de Gâmetas.
Em, declarações à TSF, a Diretora dos Serviço de Medicina da Reprodução dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Ana Teresa Almeida Santos, nota que é preciso desmistificar a ideia de que no setor publico as doações não são remuneradas.
"O material biológico não se paga, mas há uma compensação económica pelo desconforto e incómodo causado e despesas inerentes às deslocações aos hospitais", tanto no privado como no público, esclarece a responsável.
As mulheres recebem mais de 800 euros pela dádiva de óvulos, enquanto os homens podem contar com um apoio de 40 euros pela doação de espermatozoides.
"No público as condições para doação são exatamente iguais às do privado", lembra a Diretora dos Serviço de Medicina da Reprodução dos Hospitais da Universidade de Coimbra: não há filas de espera e existe uma compensação financeira.
Para Ana Teresa Almeida Santos, também é preciso "apelar aos candidatos a doadores que façam as suas doações no setor público, já que no setor privado não há falta de dadores."
Outra hipótese para tentar colmatar o problema é articular com os privados a distribuição de gâmetas pelos centros públicos.
Por fim, considera, urge a abertura do centro público de dadores na Maternidade Alfredo da Costa, já que o sul do país é onde existe uma maior lista de espera.
TSF\audio\2020\02\noticias\10\ana_teresa_almeida_santos_3