O Governo está transformado numa espécie de «bombeiro pirómano» que deita gasolina no fogo em vez de água. A imagem é usada por Nobre dos Santos, dirigente da FESAP.
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Nobre dos Santos, da FESAP, está indignado com o facto do Governo numa versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado prever cortes salariais na Função Pública que podem chegar aos 15 por cento.
O dirigente sindical avisa que ou o Executivo recua ou vai ter que enfrentar uma forte contestação dos sindicatos.
«A posição do Governo é de desespero, é a posição do bombeiro pirómano que mete gasolina na fogueira em vez de água», adianta Nobre dos Santos, defendendo que os sindicatos não têm medo de usar «a espada» para se defender desta situação.
Helena Rodrigues, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), considera que a palavra «roubo» é a que mais se ajusta aos cortes propostos pelo Executivo «seja qual for a percentagem».
«É verdadeiramente lamentável que o Governo insista em retirar a remuneração daqueles que trabalham e não encontre as questões e os problemas para o défice naqueles que vivem de rendas fixas que resultam do que são também remunerações dos trabalhadores», acrescentou.
Opinião semelhante tem Ana Avoila, da Frente Comum, que diz que este «é mais um roubo descarado nos salários dos trabalhadores» e uma situação que «cria uma grande instabilidade pessoal e laboral».
«Os trabalhadores vão ter de se organizar e responder, o que já é o caso dos trabalhadores da Administração Pública, que na primeira semana de novembro vão desenvolver uma grande jornada de luta nacional», frisou.