Noite de desacatos em bairro na Amadora após morte de homem baleado pela PSP. Polícia "apela à calma"
À TSF, o comissário Artur Serafim afirma que não houve detidos, mas as autoridades vão fazer todos os esforços para identificar os responsáveis
Corpo do artigo
A PSP disse esta terça-feira que não vai tolerar comportamentos que coloquem em causa a segurança, adiantando que vai manter um reforço de meios no bairro do Zambujal, na Amadora, onde ocorreram na segunda-feira à noite desacatos.
À TSF, o porta-voz do Comando Metropolitano de Lisboa confirma que os agentes da PSP foram alvo de apedrejamento no bairro do Zambujal. O comissário Artur Serafim afirma que não houve detidos, mas as autoridades vão fazer todos os esforços para identificar os responsáveis.
"Vários focos de incêndios foram registados no bairro do Zambujal, aos quais tivemos de dar uma resposta, nomeadamente o acompanhamento dos bombeiros para terminarem com esses focos de incêndio. Houve alguns momentos para reposição da ordem pública, uma vez que os polícias que se encontravam no local foram alvo de apedrejamento por parte de alguns indivíduos. Estamos a apelar à calma porque estamos a falar de uma zona habitacional em que se encontram bastantes crianças. Estes comportamentos devem ser evitados, até porque são crimes", explica à TSF Artur Serafim, sublinhando que não houve detidos.
"Nós monitorizamos esta situação, vamos desenvolver atividades com vista à identificação de todos os prevaricadores", acrescenta.
"Pedimos calma à população. Não vamos tolerar comportamentos de uma minoria que ponham em causa a segurança da maioria", destacou a subcomissário Ana Ricardo, num ponto da situação aos jornalistas na sequência de desacatos ocorridos na segunda-feira à noite neste bairro.
Ana Ricardo destacou também que se irá manter no local um reforço de meios, para garantir a segurança.
Os desacatos estão a decorrer no bairro onde vivia um homem que morreu na segunda-feira, depois de ter sido baleado pela PSP.
A comissária da PSP referiu ainda que esta força se deslocou ao bairro devido a diversos focos de incêndio e para repor a ordem pública.
Entre os desacatos estão vários focos de incêndio, nomeadamente em caixotes do lixo, paragens de autocarro destruídas, um autocarro apedrejado e muita gente na rua.
Enquanto os elementos da PSP davam apoio aos bombeiros foram alvo do arremesso de garrafas e pedras, que levou a um reforço de meios.
As equipas de intervenção rápida e do corpo de intervenção da PSP entraram depois no bairro do Zambujal, na Amadora, pelas 22h30 de segunda-feira, de acordo com fonte policial que tinha referido à Lusa que a situação acalmou no bairro depois da entrada da polícia.
A PSP tinha referido na segunda-feira em comunicado que um homem em fuga morreu após ser baleado pela polícia na Cova da Moura, quando tentava resistir à detenção e agredir os agentes com uma arma branca.
Segundo aquela força de segurança, os agentes da PSP deram ordem de paragem a um homem de 43 anos que, ao visualizar a viatura policial, encetou fuga para o interior do bairro da Cova da Moura, tendo o condutor entrado em despiste, abalroando viaturas estacionadas e o carro em que seguia ficado imobilizado.
De acordo com a PSP, na rua principal do bairro os agentes abordaram o suspeito, que "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".
"Esgotados outros meios e esforços", indica a PSP, um dos polícias recorreu à arma de fogo e atingiu o homem, "em circunstâncias a apurar em sede de inquérito criminal e disciplinar".
O suspeito foi assistido no local e transportado para o Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, onde veio a morrer pelas 06:20 de hoje.
A PSP adianta que foi dado conhecimento ao Ministério Público e à Polícia Judiciária, que se deslocou ao local da ocorrência.
A ministra da Administração Interna determinou hoje à Inspeção-Geral da Administração Interna a abertura de um inquérito "com caráter de urgente" sobre esta morte.
Além deste inquérito na IGAI, a PSP já tinha anunciado a abertura de um inquérito interno junto dos polícias e de testemunhas para apurar as circunstâncias que originaram esta ocorrência.
