O comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Paulo Santos, avança à TSF que já há alguns fogos dados como dominados, nomeadamente, o de Espite, em Ourém; o de Monte Novo, em Serpa; o do Barrocal, em Pombal, e o de Fafe, em Braga.
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O incêndio que deflagrou na sexta-feira em Vale da Pia, no concelho de Pombal, distrito de Leiria, é o que, nesta altura, mais preocupa os bombeiros, com quase 500 operacionais envolvidos no combate às chamas. Destaque também para o incêndio que deflagrou, na terça-feira à noite, em Gambelas, na freguesia de Montenegro, num local a cerca de quatro quilómetros do Vale das Almas, onde iria decorrer a concentração de motos, em Faro, mas que, entretanto, passou para um "espaço urbanizado". Este fogo está a ser combatido por mais de 200 bombeiros, apoiados por 80 veículos e um meio aéreo.
Num ponto de situação feito à TSF, o comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), adianta, no entanto, que há já alguns incêndios dados como dominados, nomeadamente, em Espite, concelho de Ourém, distrito de Santarém; em Monte Novo, concelho de Serpa, distrito de Beja; no Barrocal, concelho de Pombal, e no concelho de Fafe, distrito de Braga, um incêndio que envolveu 11 veículos e 37 operacionais.
Em declarações à TSF, Paulo Santos conta também como foi a noite de trabalhos: "A noite foi de intenso trabalho, especialmente na região de Leiria e Santarém. Durante toda a noite o incêndio lavrou, afetando diversas infraestruturas e localidades que se encontravam na zona de incêndio. É uma zona densamente povoada, onde este interface urbano-florestal tem diversas localidades, mas, neste momento, temos alguns incêndios já dominados."
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O comandante Paulo Santos alerta para o perigo de reacendimentos. "A nossa expectativa é que com o nascer do dia e com o aumento da temperatura, estes incêndios continuem a desenvolver-se. Há perigo de reacendimento naqueles que foram, de alguma forma, dominados durante a noite, uma vez que nesses perímetros ainda se verificam muitas reativações", afirma.
"Vamos ter o dispositivo todo empenhado, nas últimas 24 horas empenhámos mais de dez mil homens em todas as missões dos diferentes dispositivos da Proteção Civil. Vai ser um dia em que todos temos que ter muito cuidado e não utilizar fogo em nenhuma circunstância e adotar medidas de autoproteção, no caso de o incêndio chegar às proximidades", acrescenta.
De acordo com dados disponíveis no site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estão em curso 11 incêndios, que mobilizam 1378 operacionais. No total, há mais de 2600 bombeiros no terreno.
Mais de uma centena de concelhos, quase todos dos 18 distritos de Portugal continental, apresentam esta quarta-feira um perigo máximo ou muito elevado de incêndio rural.
Os distritos de Braga, Vila Real, Bragança, Guarda, Viseu, Porto, Aveiro, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Lisboa, Portalegre, Setúbal, Évora e Beja vão estar até às 00h00 de quinta-feira sob aviso vermelho devido à persistência de valores extremamente elevados da temperatura máxima.
Os distritos de Viana do Castelo e Faro escapam ao vermelho, mas estão sob aviso laranja e amarelo, respetivamente, até às 18h00 de quinta-feira, também por causa da persistência de valores elevados da temperatura máxima.
Portugal continental entrou às 00h00 de segunda-feira em situação de contingência, que deverá terminar às 23h59 de sexta-feira, mas poderá ser prolongada caso seja necessário.
A declaração da situação de contingência foi decidida devido às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para o agravamento do risco de incêndio, com temperaturas que podem ultrapassar os 45º em algumas partes do país.
* com Lusa