Norte-americano suspeito de gerir site para branquear fortunas está à espera de ser extraditado para os EUA
O coordenador da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica da PJ explicou à TSF que a plataforma Samourai Wallet apagava o rasto do dinheiro, impossibilitando assim o rastreio por parte das autoridades.
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O norte-americano suspeito de ter movimentado mais de mil milhões de euros em criptomoedas, de origem criminosa e detido na zona da grande Lisboa, está em prisão preventiva, à espera de ser extraditado para os EUA. A Polícia Judiciária, em conjunto com o FBI, deteve este homem por ser suspeito de ter criado uma rede responsável por branquear capitais de origem criminosa.
José Ribeiro, que na Polícia Judiciária é o coordenador da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica da PJ, explicou que a plataforma Samourai Wallet apagava o rasto do dinheiro, impossibilitando assim o rastreio por parte das autoridades.
"Esta carteira é suspeita, essencialmente, de branquear capitais ou proventos ilícitos que tanto podem vir de atividades cibercriminosas como de outro tipo de atividades. E branquear como? Os criptoativos eram transferidos para carteira Samourai que, utilizando uma estrutura mixing, transformava esses criptoativos com códigos totalmente diferentes para evitar serem rastreados pelas autoridades e serem apreendidos posteriormente", explicou à TSF José Ribeiro.
O responsável conta que este caso vai ao encontro de uma nova tendência de crescimento do cibercrime.
"O cibercrime aparece como prestação de serviços para todo o tipo de atividades ilícitas, sejam elas do cibercrime ou atividades ilícitas tradicionais. O que está a acontecer com maior recorrência, quer seja pelo branqueamento de capitais, como neste caso através do Samurai Wallet, quer seja encontrando formas como, por exemplo, campanhas de phising, criando esquemas de engenharia social, quer seja criando páginas falsas, sites falsos, dando-lhes capa de serem sites verdadeiros e com isso permitir que outros cibercriminosos desenvolvam campanhas de phishing. Este tipo de atividade tem vindo a intensificar-se nos últimos meses", acrescentou o coordenador da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica da PJ.
