A restrição de circulação entre concelhos veio colocar ainda mais constrangimentos a um dos setores mais atingidos pela pandemia de Covid-19.
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"No ano passado, estávamos entre os 85% e os 89%, nesta altura. Agora, não ultrapassamos os 10% de ocupação." O lamento de Sofia Hipólito, diretora-geral do Hotel Faro, dá conta da "tortura" que tem sido a pandemia para o setor. Os pouco hotéis que resistem (estima-se que 80% das unidades hoteleiras do Algarve estejam encerradas) estão a trabalhar 24 horas. É o caso do Hotel Faro, na baixa da cidade, com vista para a marina e a Ria Formosa.
A restrição de circulação entre concelhos veio dar ainda mais constrangimentos à atividade. "Estávamos a contar com estas pontes e dois fins de semana com algum movimento para ajudar o mês de dezembro", diz. "Com estas restrições, não só houve falta de procura como cancelamentos de marcações que já tinham sido feitas", revela.
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Sofia Hipólito conta que o hotel estava à espera de um 2020 muito melhor do que 2019 e já tinha feito toda a gestão das equipas nesse sentido. Mas, após ter surgido a pandemia, houve contratos de trabalhadores que não foram renovados e, nesta altura, têm muito menos gente a trabalhar, cerca de 60 colaboradores, grande parte a funcionar com redução horária. "Mas nem que tenhamos apenas um cliente, todos os serviços têm de estar garantidos", defende.
Em relação ao Natal e Ano Novo, a diretora hoteleira não faz prognósticos. "Com esta pandemia, aprendemos a gerir expectativas", afirma. As empresas estão a ser geridas dia-a-dia. "Muitas vezes, as decisões que tomamos num dia têm de ser alteradas no dia seguinte, devido a alguma norma que é implementada", lamenta. No entanto, mesmo com restrições que possam ser ditadas pelo Governo, diz-se "esperançosa que o Natal e o fim de ano tragam algum movimento". "Espero que no Natal as pessoas se queiram reunir com as suas famílias e que na passagem de ano queiram pôr este ano para traz das costas e vir celebrar", acredita.
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