Nova Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras na PSP é um "SEF low-cost"
Em declarações à TSF, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia afirma que são precisos esclarecimentos por parte do Governo, e que a PSP não pode "continuar a ser polícia de segunda linha a desenvolver missões de primeira linha"
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Um "SEF-low cost". É assim que a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) classifica a nova Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras na PSP. Esta nova unidade é discutida esta sexta-feira e votada na Assembleia da República. Esta nova unidade está prevista na proposta de lei sobre controlo de fronteiras, que altera também o regime de retorno e regula o novo sistema de entradas e saídas dos cidadãos fora do espaço Schengen.
O presidente da associação, Paulo Santos, diz à TSF que a PSP não pode continuar a desenvolver funções que eram do SEF, sem reconhecimento salarial. "Temos profissionais da PSP a desenvolver as missões que outrora eram do SEF com o mesmo ordenado que os elementos da PSP sempre tiveram, sem qualquer suplemento de segurança aeroportuária."
Paulo Santos sublinha que, agora, as responsabilidades da PSP são outras: "[A PSP] está a desempenhar funções de complexidade elevada, com maior formação, com maior disponibilidade, com as dificuldades e as diferenças que da realidade aeroportuária dos estrangeiros e das fronteiras."
Paulo Santos esclarece que a ASPP não pode "continuar a ver colegas a ter mais formação, mais exigência, cada vez mais disponibilidade para o serviço, mais valências - e continuarem a ser tratados como polícias de segunda".
O presidente diz que a associação está preocupado em saber "aquilo que acontecerá na própria unidade, porque, por exemplo, há vários polícias dados neste momento aos aeroportos e muitos deles têm pedidos de colocações de mobilidade para outras partes do país".
Paulo Santos sublinha que já tentou contactar o Governo, mas ainda sem resposta. O presidente da ASPP salienta a necessidade de esclarecimentos por parte do Executivo: "Há muitas dúvidas, queremos resposta e exigimos essas respostas. Já comunicamos com a senhora ministra, não tivemos qualquer resposta nesse sentido." Dito isto, deixa um apelo: "Pretendemos que os senhores deputados façam esse escrutínio."
