Baixo Sabor e Foz-Tua têm turbinas reversíveis que permitem captar água do rio Douro quando este tem água a mais, ou libertar maior quantidade das próprias albufeiras quando tem a menos
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As barragens do Baixo Sabor e de Foz-Tua podem desempenhar um papel importante na regulação dos caudais do rio Douro. Estes dois aproveitamentos hidroelétricos possuem turbinas reversíveis, que tanto tiram como metem água dentro das albufeiras.
Os aproveitamentos hidroelétricos do Baixo Sabor, em Torre de Moncorvo, e de Foz-Tua, entre Carrazeda de Ansiães e Alijó, estão a funcionar há menos de dez anos. Normalmente, a água que armazenam passa das albufeiras para o rio Douro, mas pode fazer o caminho inverso.
O presidente da Associação de Municípios do Douro Superior, José Meneses, destaca que, em caso de necessidade, as barragens podem ser importantes para “tentar equilibrar todo o caudal do Douro” quando Espanha liberta mais ou menos água.
O também presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo refere que a navegabilidade do rio Douro é “outra preocupação”. As viagens de barcos e de navios turísticos “começam em março e vão até outubro”, por isso “é importante ter os mínimos para que essa navegabilidade possa existir”.
Daí a importância da flexibilidade das barragens do Baixo Sabor e de Foz-Tua para regular o caudal. José Meneses salienta que “a nível nacional são estas as barragens que têm a capacidade de poder captar a água, neste caso do rio Douro, e reaproveitá-la.
O autarca recorda que um caudal equilibrado favorece a biodiversidade, uma matéria que também preocupa dos autarcas dos municípios ribeirinhos do Douro. A definição de caudais ecológicos nos rios internacionais tem sido apontada como uma das lacunas do acordo entre Portugal e Espanha que urge colmatar.
É um lembrete deixado pelo presidente da Associação de Municípios do Douro Superior, na semana em que é anunciado um novo acordo sobre gestão de águas internacionais entre Portugal e Espanha.
