Líder da Associação de Marcas de Retalho e de Restauração realça que "os lojistas, com todas as dificuldades que enfrentam, têm sido parceiros desde o primeiro momento".
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A Associação de Marcas de Retalho e de Restauração (AMRR) considera que as novas restrições na zona de Lisboa aumentam a incerteza no setor, voltando a exigir uma repartição de sacrifícios "justa" entre lojistas e proprietários dos centros comerciais.
"A AMRR tem afirmado sempre que não coloca em causa as decisões relativas à saúde pública", começa por afirmar, numa nota à imprensa divulgada esta segunda-feira, o presidente da associação, Miguel Pina Martins.
O líder da AMRR realça que "os lojistas, com todas as dificuldades que enfrentam, têm sido parceiros desde o primeiro momento, começando por investimentos de elevados montantes para assegurar que os seus espaços são seguros".
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Contudo, Miguel Pina Martins sublinha que a decisão anunciada esta segunda-feira pelo Governo vem "reforçar o momento de incerteza que se vive, juntando ainda os meses de encerramento às últimas três semanas com quebras de vendas na ordem dos 40%".
"O que se torna claro é que o Governo e as forças políticas não podem continuar a ignorar esta situação que afeta um setor de enorme relevância para a economia, e não legislar com vista a assegurar uma justa repartição de sacríficos entre os proprietários e os lojistas", afirma o presidente da AMRR.
Segundo a AMRR, as vendas semanais das lojas de rua e de centros comerciais caíram 40% em relação ao ano passado.
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"A análise contou com dados recolhidos em mais de 2000 lojas de associados da AMRR, de norte a sul do país, e referem-se à terceira semana de junho, entre os dias 15 a 21, altura em que foi permitido pelo Governo a reabertura das lojas com maior área, incluindo os Centros Comerciais, em Lisboa, depois de um longo período de encerramento devido à pandemia causada pelo novo coronavírus".
Na mesma nota, os lojistas referiram que "esperavam que após meses de confinamento e pelo facto de estarem a fazer grandes promoções, houvesse uma ida aos centros comerciais para comprar produtos em falta, mas a realidade tem sido diferente".
O Governo vai aplicar a partir de terça-feira a toda a área metropolitana de Lisboa as principais novas medidas de confinamento obrigatório, designadamente as referentes a estabelecimentos e à imposição de um limite para ajuntamentos.
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Em conferência de imprensa, em São Bento, no final da reunião do Governo com os cinco presidentes dos municípios atualmente mais atingidos pela pandemia de Covid-19 (Lisboa, Loures, Odivelas, Sintra e Amadora), o primeiro-ministro, António Costa, frisou que parte das novas medidas agora tomadas pelo seu executivo "terá um caráter transversal".
"Algumas das medidas são transversais a toda a área metropolitana. Não podemos ignorar que estamos num espaço onde o grau de mobilidade é muitíssimo grande", alegou António Costa.
Entre as principais restrições, está o regresso da proibição de ajuntamentos com mais de dez pessoas, o reforço da fiscalização de centros comerciais e o encerramento geral dos estabelecimentos às 20h00, exceção feita aos restaurantes para serviço de refeições.
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