Confederação do Turismo de Portugal e professor que participou em estudos sobre o novo aeroporto consideram que a opção de Santarém não ajuda a tomar uma decisão. Já a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo pede obras urgentes no Aeroporto Humberto Delgado.
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A Confederação do Turismo de Portugal receia que a comissão técnica independente que vai propor a localização do novo aeroporto de Lisboa coloque mais hipóteses além das cinco já conhecidas. Francisco Calheiros, o presidente, defendeu esta terça-feira de manhã no Fórum TSF que o aparecimento da solução Santarém só veio complicar mais as coisas.
"Não temos nada contra Santarém e muito menos contra os promotores de Santarém. Se amanhã começarmos a revisitar Beja, Alverca, Ota e Rio Frio isto vai ser uma história que não tem fim. Só estamos a pôr areia na engrenagem e a arranjar maneira de que a decisão seja o mais tardia possível. É impensável, na nossa opinião, só termos uma conclusão no princípio de 2024 e depois mais não sei quantos anos para construir", esclareceu à TSF Francisco Calheiros.
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Também José Manuel Palma, professor universitário que já participou em estudos sobre o aeroporto, defende que a hipótese Santarém não ajuda nada a tomar uma decisão.
"A introdução da questão de Santarém é problemática na medida em que se adequa bem a esta primeira estratégia, mas já terá muito mais dificuldade em adaptar-se à segunda porque não há estudos, etc. A análise de Santarém terá de ser feita se esta comissão partir de um conjunto de critérios que vai definir e aí já será muito mais simples analisar as opções. É um trabalho hercúleo, complicado e que não vai solucionar nada", explicou José Manuel Palma.
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Segundo José Luís Arnaut, presidente do conselho de administração da ANA Aeroportos, só no segundo semestre de 2024 é que Portugal vai estar em condições de tomar uma decisão sobre a localização do aeroporto de Lisboa. Para já, Pedro Costa Ferreira, da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), pede obras urgentes no Aeroporto Humberto Delgado enquanto o turismo espera e desespera por um novo aeroporto.
"Devemos apoiar e contribuir para um ambiente político assente nas realizações, daquilo que se constrói e não em anúncios. Desse ponto de vista há muito pouco a comentar nos últimos desenvolvimentos porque foram, uma vez mais, anúncios. Face a todos os factos, temos todos de nos concentrar em realizar as obras que têm de ser feitas no aeroporto da Portela porque é nesse aeroporto, infelizmente, que o setor mais rentável da economia portuguesa vai viver na próxima década", acrescentou Pedro Costa Ferreira.
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