Novo Banco. Carlos Moedas acusa PS de tentar prejudicar candidatura com chamada à AR
O Partido Socialista requereu a audição de Carlos Moedas por entender que "ainda há muito por explicar" quanto ao caso BES.
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A iniciativa de Carlos Moedas para apresentar o diretor de campanha, para a corrida a Lisboa, ficou marcada por outro tema: o pedido do PS para que Carlos Moedas vá à Assembleia da República responder às questões sobre o buraco financeiro no BES. O candidato do PSD fala numa intenção política.
Para o candidato à Câmara de Lisboa está tudo relacionado com a campanha: "Só percebo esta chamada porque sou candidato à presidência da câmara. O meu oponente deveria estar chateado por não ter sido chamado", atirou.
Moedas acrescentou que as intenções do PS são meramente políticas, lembrando que "está tudo esclarecido" quanto ao caso BES. "Vou ao Parlamento com muito gosto, mas não é como antigo secretário de Estado, é como candidato à presidência da câmara de Lisboa", disse.
Carlos Moedas é antigo secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, no Governo de Passos Coelho, quando se deu a queda do banco liderado por Ricardo Salgado.
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O Partido Socialista requereu a audição de Carlos Moedas e o depoimento por escrito de Passos Coelho, Cavaco Silva e Durão Barroso, por entender que "ainda há muito por explicar" quanto ao caso BES.
O PS garante que os agentes políticos sabiam do buraco financeiro no BES, depois de uma reunião em maio de 2014 que juntou Ricardo Salgado, o Presidente da República Cavaco Silva, o então primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, a ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque e o secretário de Estado Adjunto Carlos Moedas.
Nas audições parlamentares, o ex-vice presidente do BES e ex-administrador do Novo Banco, José Honório comunicou que, após as reuniões, Ricardo Salgado "entregou um memorando a cada uma destas autoridades políticas, memorando esse que dava conta de um passivo do grupo Espírito Santo de 7600 milhões de euros". Trata-se de um passivo que, de acordo com o deputado socialista João Paulo Correia, reflete o "buraco gigante onde estava enfiado o grupo Espírito Santo".
José Honório disse ainda ter estado em reuniões, pedidas por Ricardo Salgado, com o então vice-primeiro-ministro Paulo Portas, tendo sido realizadas antes do aumento de capital do BES.
O antigo vice-presidente do BES disse não saber se os responsáveis políticos "sabiam do impacto que o GES teria no BES", mas admitiu que as autoridades políticas só tivessem conhecimento da situação no BES em julho, altura em que o Banco de Portugal ordenou ao banco que constituísse uma provisão de dois mil milhões de euros para a exposição ao GES.
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