Os deputados vão ser recebidos num processo de acolhimento da AR, enquanto outros, como José Luís Ferreira, deixam o Parlamento com o fim da legislatura.
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O primeiro dia da nova legislatura é, para muitos, como "o primeiro dia de escola", com muitos deputados a ocuparem a cadeira na Assembleia da República (AR) pela primeira vez. Para outros, é tempo de deixar os gabinetes, como José Luís Ferreira, deputado desde 2005 e líder de Os Verdes (PEV), que ficou sem representação parlamentar.
Em declarações à TSF, o chefe do gabinete de comunicação da AR, João Nuno Amaral, explica que está preparado um processo de acolhimento, "para dar aos deputados todas as informações possíveis", que vai decorrer a partir das 09h00 de terça-feira.
"Vai ser para muitos um dia diferente, principalmente para os que são novos deputados e que vão entrar pela primeira vez na AR. Do que é possível fazer, do ponto de vista dos serviços, vai ser um dia tão calmo e tranquilo quanto é possível", acrescentou.
João Nuno Amaral lembra a analogia que é feita com "o primeiro dia de escola", que "é provável que esta terça-feira muitos o sintam".
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"O palácio é um espaço muito grande e ser deputado é uma função única. Há muita informação para absorver", explica.
Já para os funcionários da AR "é um dia com sentimentos mistos", com nervosismo, mas também de energia renovada. Nuno Amaral acrescenta que o início de uma nova legislatura é um momento simbólico e "cada legislatura é diferente da anterior"
"É o início de toda uma legislatura e dos trabalhos que durante quatro anos e meio vão marcar este Parlamento. Cada legislatura é diferente da anterior", diz.
O primeiro dia de muitos é também o último de outros, de deputados que deixam o Parlamento por vontade própria, mas também dos que abandonam os gabinetes por não terem sido eleitos. É na esquerda que se notam as saídas mais significativas, como a de José Luís Ferreira, que explica à TSF que vai voltar ao local de trabalho, como jurista, mas vai sentir falta do dia a dia na AR.
Ainda assim, o líder do PEV, que está a viver as últimas horas como deputado, garante que também a AR vai estranhar a saída do PEV. "Vai enfraquecer o combate às alterações climáticas, a defesa dos transportes públicos, o combate à exploração desenfreada de lítio e até na defesa da água na esfera pública", atira o ainda deputado.
José Luís Ferreira acrescenta que o partido, apesar de deixar as quatro paredes do Parlamento, vai "continuar a batalhar pelos valores que acreditamos fora da AR, nas ruas e nas autarquias".
Questionado se vai haver um vazio no Parlamento, sem o PEV, José Luís Ferreira admite que "haverá, pelo menos, um enfraquecimento das vozes que se levantam contra a exploração desenfreada de recursos naturais, como se os recursos do planeta fossem ilimitados".
"É claro que o PEV fica a perder, mas o Parlamento também fica a perder. A voz ecologista sai enfraquecida", defende.
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