"Novo desafio." Farmácias vão administrar vacina contra Covid pela primeira vez este ano
Os detalhes da campanha de vacinação serão ainda publicados pela DGS, mas a Associação Nacional de Farmácias recomenda que os utentes façam um agendamento prévio.
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As farmácias vão administrar, pela primeira vez este ano, a vacina contra a Covid-19, que será dada em simultâneo com a vacina da gripe. Em declarações à TSF, a presidente da Associação Nacional de Farmácias, Ema Paulino, garante que as farmácias estão preparadas para esta nova tarefa.
"É um novo desafio porque trata-se de uma nova vacina, mas estamos muito preparados. É uma vacina que, ao contrário das vacinas da gripe, vêm em frasco, portanto, tem que ser feita a recolha, o fracionamento nas várias doses, mas os farmacêuticos estão preparados para o fazer e estamos convictos de que a campanha irá decorrer com normalidade", afirma.
Ema Paulino reconhece, no entanto, que vai haver "um número acrescido de pessoas a recorrer às farmácias para a vacinação".
"A expectativa é que entre um milhão e meio a dois milhões de pessoas possam vir a ser vacinadas nas farmácias portuguesas", sublinha.
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A Direção-Geral da Saúde ainda vai publicar a norma com os detalhes da campanha de vacinação, mas Ema Paulino recomenda que os utentes façam um agendamento prévio.
"As pessoas vão poder fazer o agendamento da administração da sua vacina através de uma plataforma online, mas também podem deslocar-se diretamente à sua farmácia ou telefonar para a sua farmácia para proceder ao agendamento. Acreditamos que vai haver possibilidade de também fazer administração de vacinas em regime de casa aberta, ou seja, de acordo com as possibilidades das farmácias e a disponibilidade de tempo dos profissionais, as pessoas podem chegar à sua farmácia e ser-lhe imediatamente administrada a sua vacina", nota.
"Por uma questão de planeamento", as farmácias vão recomendar que "as pessoas com idades mais avançadas se vacinem primeiro, mas o grande objetivo é atingir o mais rapidamente possível o maior número de pessoas".
"As farmácias estão a preparar-se para se organizar de forma a dar resposta o mais rapidamente possível a todas as faixas etárias", acrescenta.
A campanha de vacinação contra a gripe e Covid-19 deve começar no início de outubro.
Uma portaria publicada na quinta-feira em Diário da República sublinha a importância de manter os "elevados níveis de adesão" à vacinação contra a gripe mas também a importância de continuar a vacinação contra a Covid-19.
O diploma recorda que a vacinação contra a gripe nas farmácias comunitárias decorreu "de forma mais rápida", permitindo "atingir, num período de tempo mais curto, a proteção populacional", além de que a distribuição geográfica e o horário de funcionamento das farmácias comunitárias também tornam o processo de vacinação "mais cómodo para o utente".
Aproveitando a experiência adquirida durante a pandemia nos centros de vacinação, "é agora intenção do Ministério da Saúde internalizar nas suas estruturas este processo, nomeadamente, nos centros de saúde e alargá-lo às farmácias comunitárias", refere a portaria assinada pelo ministro da Saúde.
Podem participar na campanha de vacinação sazonal as farmácias comunitárias que tenham serviço de administração de vacinas, profissionais com formação específica para administração de vacinas e que manifestem disponibilidade para participar na campanha, define o diploma.
"A Ordem dos Farmacêuticos colaborará com os serviços do Ministério da Saúde na disponibilização de informação atualizada sobre as vacinas que serão aprovadas para a Campanha de Vacinação Sazonal do Outono-Inverno de 2023-2024", acrescenta a portaria.
Estas farmácias vão poder praticar um horário mais alargado, estando a lista de aderentes disponibilizada nos sites do SNS, da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Infarmed.
De acordo com a portaria, caberá agora à DGS proceder à emissão das orientações técnicas que presidem ao processo de vacinação, nomeadamente com a definição dos critérios de vacinação e dos utentes elegíveis.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou em maio deste ano o fim da pandemia, mas a Comissão europeia continuou a assegurar o acesso à vacina adaptada às estirpes do coronavírus SARS-CoV-2.
*com Lusa