Novo Hospital de Sintra é inaugurado esta segunda-feira: Comissão de Utentes da Amadora preocupada com falta de médicos, Fnam fala em "irresponsabilidade"
A nova unidade hospitalar vai dar apoio ao Hospital Amadora-Sintra, um dos maiores na região de Lisboa e Vale do Tejo, passando a atender os casos não urgentes no serviço de urgência
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O novo Hospital de Sintra vai ser inaugurado esta segunda-feira para aliviar a pressão do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF), integrado na unidade local de saúde (ULS) Amadora-Sintra, após a sua construção ter sido iniciada em 2021.
A nova unidade hospitalar vai dar apoio ao Hospital Amadora-Sintra, um dos maiores na região de Lisboa e Vale do Tejo, passando a atender os casos não urgentes no serviço de urgência.
A inauguração acontece dois dias após o novo hospital abrir o serviço de urgência básica (SUB).
De acordo com o presidente do conselho de administração da ULS Amadora-Sintra, Carlos Sá, o hospital vai entrar em funcionamento de forma faseada.
Após abertura do SUB no sábado, a unidade hospitalar abre esta segunda-feira a atividade cirúrgica e de internamento.
O SUB do novo Hospital de Sintra entrou em funcionamento dois dias após ter sido suspenso temporariamente em Mem-Martins, devido à transferência de serviços, na semana passada.
Carlos Sá disse que o novo hospital vai “permitir cuidados mais diferenciados e mais próximos das populações” de Amadora e Sintra, “quer ao nível da consulta, quer ao nível cirúrgico, quer ao nível do internamento, e também, naturalmente, da urgência”.
O novo Hospital de Sintra, que começou a ser construído há quatro anos, está situado no Casal da Cavaleira, freguesia de Algueirão-Mem Martins, com área coberta de 10.500 metros quadrados e descoberta de 49 mil m2. Representa um investimento total de cerca de 81 milhões de euros e irá beneficiar 550 mil utentes.
O presidente do conselho de administração da ULS Amadora-Sintra indicou que a construção do edifício ascendeu a 63,8 milhões de euros, enquanto a aquisição de equipamentos e imobiliário a mais de cerca de 17 milhões de euros.
O Hospital de Sintra conta com serviço de ambulatório, consultas externas e exames, unidade de saúde mental, medicina física de reabilitação, central de colheitas e os meios complementares de diagnóstico e terapêutica, unidade de cirurgia de ambulatório com bloco de cirurgia e recobro.
Dispõe também de um serviço de urgência básica para fazer cerca de 60 mil urgências, cerca de metade das realizadas no Hospital Amadora-Sintra, de 60 camas de internamento, Farmácia, unidade de esterilização e ainda um espaço para ensino e formação.
O mesmo problema de sempre: a falta de médicos
A Comissão de Utentes da Saúde da Amadora receia que a divisão de médicos entre o Amadora-Sintra e o novo hospital de Sintra acabe por fragilizar as duas unidades. Pedro Sousa, que pertence a esta comissão, diz à TSF que a solução pode não ser a ideal, porque não há médicos suficientes, como se vê pelas urgências constantemente encerradas.
Uma opinião partilhada pela presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), que também fixa as suas preocupações nos escassos recursos humanos que há no Serviço Nacional de Saúde. Joana Bordalo e Sá refere na TSF que a partilha de equipas com o Amadora-Sintra é "irresponsável".
