Novo tratamento de Parkinson chega a Portugal: há uma película que "resgata" doentes de "bloqueios motores"
Em declarações à TSF, Ana Calado, da Sociedade Portuguesa de Neurologia, afirma que este novo medicamento vai ter um "grande impacto" na vida dos doentes. Espera-se que agora possam fazer "as suas atividades diárias com mais segurança"
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O Kynmobi, um novo medicamento para tratar a doença de Parkinson, chega esta quinta-feira a Portugal e Espanha, com a promessa de "resgatar" os doentes de "bloqueios motores".
Descrito como inovador, o fármaco serve para situações em que os medicamentos habituais deixam de fazer efeito e, por consequência, os doentes passam a sofrer "bloqueios motores". A compra será comparticipada pelo Serviço Nacional de Saúde.
Ana Calado, da Sociedade Portuguesa de Neurologia, em declarações à TSF, explica que, com a medicação atualmente disponível, embora os pacientes possam apresentar melhorias no que diz respeito aos sintomas, com o evoluir da doença, é possível que existam "flutuações", uma incerteza que perturba a dinâmica diária destas pessoas.
Ora, a grande diferença do Kynmobi, diz, é a sua "rápida" atuação, que permite "tirar estes doentes dos tais bloqueios" — também conhecidos como OFF —, que podem aparecer de forma súbita.
"A diferença relativamente ao que nós temos é que [o Kynmobi] tem uma rápida ação e tem uma forma fácil de ser usado: tem uma película que vai poder ser usada na boca e que dissolve rapidamente e permite uma ação muito rápida. É essa a grande diferença", assinala.
Até agora, estes doentes corriam o risco de ver as suas atividades diárias interrompidas devido aos bloqueios motores, que podiam até pôr em causa a sua segurança física. Com a introdução deste novo medicamento, espera-se que consigam sentir melhorias significativas na qualidade de vida.
"Se eles tiverem um fármaco que os consegue resgatar e melhorar rapidamente os sintomas, isso vai ter um grande impacto nestes doentes, que vão poder fazer as suas atividades diárias com mais segurança", defende.
Em Portugal, estima-se que existam 20 mil com esta doença degenerativa, mas a tendência é que este número aumente, devido ao envelhecimento da população.
O medicamento Kynmobi entrou pela primeira vez na Alemanha em 2024.