Iguaria típica da Páscoa está a ser produzida em grande quantidade em Valpaços, onde, entre esta sexta-feira e domingo, decorre mais uma edição da feira do folar.
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Com a aproximação da Páscoa os fabricantes de folares não têm mãos a medir. Nesta época festiva quase ninguém dispensa à mesa esta iguaria de farinha, ovos, azeite e carne de enchidos.
Em Valpaços, onde o folar tem Indicação Geográfica Protegida, e onde começa, esta sexta-feira, mais uma feira dedicada a este produto, as padarias reforçam as equipas de trabalho para dar resposta a tanta procura.
O presidente da Câmara, Amílcar Almeida, afirma que o certame, que decorre até domingo, no pavilhão multiusos da cidade, “é a feira gastronómica mais representativa da região Norte”. Custa 150 mil euros e, além do folar, também vai ter pão, bolo podre, fumeiro, azeite, vinho, amêndoa, mel, compotas, entre outros produtos regionais.
Estão presentes 93 expositores do concelho. Entre eles, Conceição Moutinho (Padaria Moutinho) e Daniela Conde (Padaria Juvenal), que vão ter disponível o folar com Indicação Geográfica Protegida.
“Com o selo da certificação, o cliente tem a garantia de que leva um produto de grande qualidade”, refere Conceição, que acaba de receber uma medalha de ouro no 13º Concurso Nacional de Folares e Bolas Tradicionais Portugueses, realizado em Santarém.
Nos principais dias de negócio, a Padaria Moutinho produz “mil folares por dia”, segundo a proprietária. “Não há mesa de Páscoa portuguesa sem um bom folar”, frisa Conceição.
Na Padaria Juvenal 1 também se dorme pouco nesta época, já que, segundo Daniela Conde, é necessário fornecer três estabelecimentos na cidade, as carrinhas que distribuem folares pelas aldeias e os envios para todo o país”, que chegam através de “telefone, e-mail, redes sociais e da plataforma criada pela câmara”.
O preço do folar está tabelado. De 2022 para 2023 subiu de 12 para 13 euros. Em 2024 o preço máximo será de 14 euros por unidade. O presidente da Câmara justifica a subida com o “aumento dos custos da matéria-prima”. Contudo, relativiza o investimento, se for tido em conta que “um folar pode ser um verdadeiro lanche para uma família ou mesmo um jantar melhorado”.
Entre o negócio que será feito no certame e o que potencia, nomeadamente nos alojamentos turísticos, restaurantes e no restante comércio, Amílcar Almeida estima que o retorno económico para o concelho seja “muito mais que um milhão de euros”.
O Município de Valpaços mantém ativa a plataforma folarvalpacos.pt na Internet, através da qual é possível encomendar folar e outros produtos do concelho. Está ativa desde o surgimento da pandemia de Covid-19 e “tem sido um sucesso”, segundo Amílcar Almeida. “Ao longo do ano fazemos chegar os nossos produtos ao todo o país e mesmo fora dele”, sublinhou.
Na região transmontana e duriense, além da XXIV edição da Feira do Folar de Valpaços, entre esta sexta e domingo, realiza-se, nos dias 23 e 24 de março, a XXII Feira do Folar e do Azeite de Izeda, no concelho de Bragança.
De 28 a 30 de março, vai decorrer, no Centro de Apoio Empresarial de Carrazeda de Ansiães, a Feira do Folar e Produtos da Terra. Além dos tradicionais folares e pão, haverá pastelaria, compotas, enchidos, licores, vinho, azeite, mel e outro produtos agrícolas.
A Feira da Bola Doce de Miranda do Douro realiza-se, de 28 a 30 de março, com cerca de 90 expositores. A bola é um doce genuíno mirandês associado à Páscoa, mas já pode ser degustada ao longo de todo o ano. Não vão faltar pão, fumeiro, licores e vinhos.
