Segundo dados revelados pelo DN, até Junho nasceram pouco mais de 43 mil bebés, menos quatro mil que em igual período de 2011.
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O número de nascimentos em Portugal poderá atingir ainda em 2012 o nível mais baixo desde o início do séc. XX, desde que há registos, caso a tendência dos primeiros seis meses se mantiver.
Dados provisórios baseados no chamado teste do pezinho, revelados pelo DN, indicam que até Junho nasceram pouco mais de 43 mil bebés, menos quatro mil que em igual período de 2011.
Se o ritmo se mantiver, o ano acabará com menos de 90 mil nascimentos, contra os 97 mil nascimentos que se registaram em 2011.
Ouvida pela TSF, a demógrafa Maria Filomena Mendes diz que não há qualquer sinal que indique esta tendência se possa vir a inverter, uma vez que os casais estão a adiar cada vez o nascimento do primeiro filho.
«Isso pode ter implicações no fundo na renúncia dos nascimentos desejados, porque muitas vezes vai-se adiando e depois é muito difícil recuperar e acabar por ter uma dimensão familiar próxima da desejada», explicou.
A presidente da Associação Portuguesa de Demografia lembrou ainda que a crise também está a contribuir para esta tendência que se vem arrastando desde os anos 80 e que é «extremamente preocupante».
«No fundo, uma decisão privada individual de milhões de casais acabar por influenciar e condicionar a nossa população no seu conjunto», concluiu.