A maioria dos pedidos foi apresentada por ucranianos e afegãos. Em declarações à TSF, Joana Feliciano, da ACNUR Portugal, refere, no entanto, que o número de refugiados acolhidos foi inferior
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O número de pedidos de asilo em Portugal quase duplicou de 2023 para 2024. A informação é avançada à TSF pela secção portuguesa do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). A maioria dos pedidos foi apresentada por ucranianos e afegãos. Em declarações à TSF, Joana Feliciano, da ACNUR Portugal, adianta que os pedidos de vistos aumentaram, mas o número de refugiados acolhidos, por outro lado, foi inferior.
“De 2023 para 2024, houve um aumento não tão significativo, ou seja, em 2023 acolhemos 62.807 refugiados, face ao final de 2024, quando aumentou para 68.612. [O número de] requerentes de asilo quase duplicou: de 1267 passou para 2582. São pessoas que ainda estão no processo de verificação em termos de burocracia e documentos para poderem aceder ao estatuto de refugiados", explica à TSF Joana Feliciano, sublinhando que, desde o início da guerra na Ucrânia até 2024, Portugal recebeu quase 90 mil ucranianos. Ainda assim, neste momento, o número é menor.
"Entre 2022 a 2024, muitas pessoas de origem ucraniana acabaram por se movimentar, porque os países, como Portugal, podem acolher, assim como podem ser transitórios para depois a pessoa ser acolhida noutro país para refazer a sua vida. Registou-se no início deste ano e no final do ano passado algum número de regressos voluntários ou de visitas ao país", acrescenta.
A nível global, os dados, publicados na semana passada pela ACNUR, alertam que foi atingido um número recorde de deslocados em todo mundo. Mais de 122 milhões de pessoas vivem longe de casa em todo o mundo devido a guerras, violência e perseguições, um número que quase dobra o número de 2015.
Conflitos como os de Myanmar, Sudão e Ucrânia continuam a ser os principais responsáveis por esta deslocação forçada, que inclui mais de 42,7 milhões de refugiados em países que não o de origem e 73,5 milhões de deslocados internamente, de acordo com o relatório da ACNUR.
