Número "recorde" de consultas e cirurgias. Fernando Araújo justifica tempos de espera com aumento da procura
Foram realizadas 1.226.000 consultas hospitalares e 71.682 cirurgias em janeiro.
Corpo do artigo
O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) reitera que o país tem mais médicos e mais enfermeiros que no ano passado, mas admite que a procura de cuidados de saúde também tem aumentado muito, o que contribuiu para o aumento das listas de espera no serviço público.
Ouvido esta quarta-feira na comissão parlamentar de saúde, a pedido do PCP, Fernando Araújo afirma que a procura cresceu mais de 20%, enquanto a produção subiu entre 8% e 10%. Foram realizadas 1.226.000 consultas hospitalares e 71.682 cirurgias em janeiro, um "recorde de sempre".
"A procura tem aumentado de forma extremamente expressiva", aponta, citando dados referentes a janeiro deste ano que indicam que aumentaram em 8% as consultas médicas hospitalares e em 15% as cirurgias, quando comparadas com os valores de janeiro do ano passado.
Questionado sobre o que tem para dizer ao milhão e meio de portugueses sem médico de família, Fernando Araújo explica que sabe muito bem o que é preciso fazer para atrair mais profissionais de saúde:
É necessário "mudar a abordagem como se gere os profissionais, acomodar melhores vencimentos, conciliar a vida profissional com a familiar, ambiente de trabalho, estabilidade, progressão na carreira, formação, investigação, um estudo social responsável, uma política de diversidade e inclusão, uma capacidade de gestão de equipamentos diferenciados, serviços de qualidade, equipas multiprofissionais", enumera. "São múltiplos parâmetros que temos que acomodar para conseguir atrair, reter e motivar as pessoas."
TSF\audio\2023\03\noticias\15\fernando_araujo_11h
Reconhecendo que uma das grandes vulnerabilidades do SNS é a escassez de recursos, o diretor executivo do SNS sublinhou o esforço dos profissionais de saúde, dizendo que estes "têm feito um esforço enorme que permitiu aumentar a produção".