Nuno Crato pede desculpa por erro na fórmula de cálculo na colocação de professores
O ministro da Educação assumiu hoje no parlamento haver um erro na fórmula de cálculo das listas da Bolsa de Contratação de Escola (BCE), o qual atribui aos serviços do ministério e não às escolas, garantindo que será corrigido.
Corpo do artigo
Nuno Crato assumiu o erro depois de pressionado pelos deputados e confrontado com os problemas neste concurso de colocação de professores.
«Apresentamos as nossas desculpas aos senhores professores, aos pais, ao país, aos senhores deputados. Repetimos, não há erros por parte dos diretores, por parte das escolas, há erros por parte dos serviços do Ministério», declarou Nuno Crato.
O ministro, que falava na Assembleia da República num debate de atualidade agendado pelo PSD a propósito do arranque do ano letivo, protagonizou no parlamento, um momento que considerou histórico, ao assumir um erro, com «implicações jurídicas».
«Senhores deputados, estão a assistir a uma coisa que não é comum na História, que é um ministro chegar ao parlamento e reconhecer a responsabilidade por uma não compatibilidade de escalas», disse.
Em causa está um erro na «harmonização de escalas» na fórmula matemática usada para calcular a classificação dos professores nas listas de colocação nas escolas no concurso que ainda decorre, a Bolsa de Contratação de Escola (BCE), criado este ano para dar resposta às necessidades das escolas com contrato de autonomia e escolas TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária).
O ministro garantiu já ter dado instruções aos serviços para que fossem «recalculadas todas as posições» dos docentes, e, «onde e se» houver um erro que tenha levado a que professores mais qualificados tenham sido ultrapassados por outros menos qualificados para os lugares, «esses erros serão corrigidos».
A fórmula de cálculo que dá origem às listas ordenadas de colocação de professores na BCE tem sido criticada por sindicatos e docentes, por considerarem que da forma que está a ser aplicada provoca desequilíbrios e até mesmo ilegalidades nos resultados.
Ouvido pela TSF, Mário Nogueira, secretário geral da FENPROF, diz que as desculpas apresentadas por Nuno Crato são bem vindas mas não são suficientes.
Ontem foi a vez da ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, pedir desculpa pelos problemas causados.