Nuno Magalhães: «Quem prometer tudo em campanha vai ter surpresa idêntica ao Syriza»
Nuno Magalhães afirma que quem quiser entrar em campanha prometendo «voltar a 2011 num só ano», não vai estar a «contar toda a verdade aos portugueses».
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O líder parlamentar do CDS diz que é preciso «ter a responsabilidade de não voltar atrás, de não deitar tudo a perder», e que quem prometer repor tudo já no próximo ano, «terá uma surpresa idêntica» à do sr. Tsipras e do sr. Varoufakis.
Em relação ao relatório do FMI, divulgado esta semana, e que criticava o governo por falta de reformas na máquina do Estado, Nuno Magalhães diz que o FMI não tem razão, e que o governo «mantém todo o ímpeto reformista». Basta olhar para as críticas da oposição - que acusa o governo de falta de legitimidade por estar seis meses das eleições -, diz o dirigente centrista, para verificar que essa vontade de reformar o Estado continua em alta.
Nuno Magalhães admite, ainda assim, que é sempre preciso mais, que haverá áreas que é preciso reformar, mas garante não ter a «suficiência de outros que só por mudar de nome, ou e primeiro-ministro, o país muda.»
Recusando falar sobre o futuro próximo da coligação com o PSD, devido às eleições na Madeira onde o CDS disputa votos ao PSD, Nuno Magalhães revela que a maioria vai levar ideias simples para a campanha eleitoral. No fundo, diz o líder parlamentar centrista, trata-se de dizer ao país que «não pode arriscar um novo resgate, mas também não pode viver em constante excecionalidade».
Nuno Magalhães afirma que «o grande projeto para o país», de passar por «um equilíbrio entre aquilo que é necessário devido ao compromisso europeu com o Tratado Orçamental, e poder ir recuperando lentamente o rendimento» perdido em 2011.
A pouco mais de seis meses das eleições, e com todas as sondagens a indicarem a necessidade de um executivo de coligação, Nuno Magalhães deixa um apelo a todos os partidos. O líder parlamentar do CDS lembra que vai ser necessário gerar consensos, e será de «bom senso» não alimentar um debate político demasiado crispado, onde por vezes as questões se tornam pessoais, impedindo o diálogo.