Candidato europeu referiu-se a decreto-lei assinado em 2006 que ditou a criação da Fundação Arte Contemporânea - Coleção Berardo e não da Fundação Berardo.
Corpo do artigo
O cabeça de lista do CDS às Europeias, Nuno Melo, recordou esta quinta-feira o decreto-lei que cria a Fundação Berardo, defendendo que o mesmo foi assinado pelos então primeiro-ministro, José Sócrates, o ministro da Administração Interna, António Costa e o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, em 2006.
Apesar de estes três intervenientes terem, de facto, assinado o decreto 164/2006 de 9 de agosto para a criação de uma fundação , o ano de 2006 viu nascer a Fundação Arte Contemporânea - Coleção Berardo e não a Fundação Berardo.
TSF\audio\2019\05\noticias\16\raquel_de_melo_jantar_albufeira_lapso_00h
A Fundação Arte Contemporânea - Coleção Berardo foi criada no âmbito de uma parceria público-privada entre o Estado e o empresário e que tinha como finalidade expor obras de arte no Centro Cultural de Belém.
Pelo que se pode ler na auditoria feita pela consultora EY à Caixa-Geral de Depósitos, o empréstimo concedido a Berardo para a compra de ações do BCP foi dado à Fundação Berardo, e não à Fundação Arte Contemporânea - Coleção Berardo, a que Nuno Melo acabou por se referir inadvertidamente.
"O que mais choca neste caso é que uma fundação com fins artísticos e educativos possa ter beneficiado de créditos superiores a 350 milhões de euros para comprar ações num banco" e é "um absurdo" que um banco como a Caixa Geral de Depósitos conceda estes "créditos deste valor para uma luta acionista, especulativa", afirmou Nuno Melo, dirigente e cabeça de lista do CDS às europeias, à margem de uma ação de campanha.
Se, durante a campanha, Nuno Melo tinha associado o chefe do Governo a José Sócrates, ex-primeiro-ministro, desta vez associou António Costa a Joe Berardo.
Nuno Melo admite "lapso"
O cabeça de lista do CDS-PP às europeias reconheceu "o lapso" de ter trocado o nome da fundação de Berardo que beneficiou de créditos da CGD, mas manteve o tom das críticas ao empresário e a António Costa.
Nuno Melo aproveitou para fazer a correção num discurso para militantes num hotel de Albufeira, distrito de Faro, em que qualificou de "confusão Berardo" todo o caso espoletado desde a audição do empresário no parlamento, em que disse não ter dívidas.
Para o eurodeputado, as fundações de Berardo multiplicaram-se "como cogumelos tóxicos", admitindo que a sua "natureza jurídica não é inocente", são "complicadas, confusas, difíceis de apurar"
LER MAIS:
- CDS associa Costa a Berardo e recorda criação de fundação em 2006