Francisco Louçã diz que a extrema-direita responde à aflição momentânea de várias pessoas, mas o Bloco é a força que pode conseguir vencer a direita radical, ao evitar o "pântano" e a "chuva de promessas".
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Francisco Louçã defendeu, este sábado, que "o Bloco de Esquerda é a força que pode bloquear a subida da extrema-direita". Entrevistado pela TSF, em Matosinhos, durante a XII Convenção Nacional do partido, referiu que esta força de esquerda é hoje ainda mais forte. "O Bloco é a força que à esquerda pode bloquear o ascenso da extrema-direita. Claro que a extrema-direita cresce, e, na verdade, cresce por uma recomposição dentro da direita, e isso o Bloco não influencia diretamente."
"O Bloco não vai buscar um eleitor do CDS que salta para o Chega, mas o que responde é aos problemas sociais que criam a instabilidade, o medo das pessoas, a dificuldade e a aflição com a sua vida", reflete o fundador do Bloco.
Francisco Louçã admite mesmo que hoje o Bloco de Esquerda é muito mais do que o que sonhou. "O objetivo que tínhamos era mudar a política portuguesa", diz o fundador do partido, garantindo: "Não podia supor nessa altura que fosse um partido com 10%."
Desde a fundação do Bloco, as lutas mudaram muito de conteúdo, mas mantém-se a necessidade da decência e da liberdade. Francisco Louçã assinala que, neste momento, uma das preocupações da esquerda é o crescimento da extrema-direita, por reconfiguração da direita. A extrema-direita, diz, responde à aflição momentânea de várias pessoas, mas o Bloco é a força que pode conseguir vencer a direita radical, ao evitar o "pântano" e a "chuva de promessas".
"A resposta política não pode ser essa. Tem de se responder coerentemente."
O fundador do Bloco de Esquerda também considerou que o partido deve "levantar" ainda mais as exigências na negociação do Orçamento porque "agora está mais forte".
"Em dezembro era arriscado. As pessoas diziam 'bom, será que isto cria instabilidade?' De facto, não criou, não houve nenhuma crise política, não podia haver nenhuma crise política, mas o Governo encontrou um acordo com o Partido Comunista e com o PAN." O esforço que foi colocado no último Orçamento deve ser "multiplicado", pelo que o Bloco deve "reforçar a sua posição", analisou o antigo líder. "O Bloco deve levantar ainda mais as exigências. Deve procurar dialogar, mas dialogar sobre as soluções."
Em reação às declarações do primeiro-ministro, que considerou que não há divórcios irreversíveis, Louçã, que não sabe se a analogia foi "metafórica ou pitoresca", diz que são precisas medidas concretas: "O primeiro-ministro quis exprimir-se assim, mas não se pode resumir soluções políticas a uma espécie de encontros e desencontros na esquina. É preciso haver soluções sólidas que aproximem."
À atual coordenação do partido, são dirigidos todos os elogios: "Catarina Martins é a terceira política mais popular do país", com Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa à sua frente, posicionando-se mesmo à frente do líder do PSD, que tem 2,5 vezes mais a votação do Bloco.
Por isso, para já Francisco Louçã não vê necessidade de mudança na direção. "Todas as renovações têm o seu tempo. Oxalá Catarina Martins prolongue muito o seu mandato."
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