"O colar de São Cajó? O que nunca esteve na família Bourbon de Linhaça?" Há 3500 anos, a história era outra
O Simão não é mau. Os 'Jesus Quisto' não são uma banda de rock. O Tomané e a Ivone não são um casal. O filme, "O mistério do colar de São Cajó" recua 3500 anos na história e revela tudo o que aconteceu até à chegada da série "Pôr do Sol".
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Na semana em que Lisboa recebe o Papa, nos cinemas é desvendado o "Mistério do colar de São Cajó". O santo, que nasceu na série da RTP "Pôr do Sol", até deu nome a um arraial, em Lisboa. O evento juntou dois mil "fiéis" da série e antecedeu a estreia do filme.
"São Cajó é o único santo que tem Tinder e é o padroeiro do WhatsApp, que é uma coisa que faz muita falta hoje em dia. Há padroeiros para tudo e finalmente o WhatsApp tem um santo. Acho que o Vaticano deve ser elogiado por essa abertura", ironiza o argumentista, Henrique Dias.
São Cajó é o único santo que tem Tinder e é o padroeiro do WhatsApp
O filme "Pôr do Sol: o Mistério do colar de São Cajó" é uma prequela da série, Pôr do Sol. Agora, o realizador Manuel Pureza vai fazer o espetador recuar 3500 anos na história: "Vamos conhecer as origens dos Bourbon de Linhaça, vamos perceber porque é que o Simão ficou mau, como é que o Lourenço e a Matilde ficaram juntos, onde é que começou o fenómeno dos "Jesus Quisto", que certamente não eram uma banda de rock. Para quem nunca viu a série é um bom começo, para quem viu, há muita coisa que fica revelada no filme".
Para quem nunca viu a série é um bom começo. Para quem viu, há muita coisa que fica revelada no filme
Em quase duas horas de filme, os Bourbon de Linhaça atravessam a idade média, o período dos descobrimentos, até se tornarem a família mais poderosa de Santarém. Manuel Pureza diz que é um esforço de "realização" e "produção" para "compensar todos os que se levantam da cama, tomam banho ou não, compram bilhete e vão cinema". "É importante que não sintam defraudados", acrescenta.
O filme sobe ao grande ecrã no dia 3 de agosto. Quando todos os caminhos vão dar ao Parque Tejo, Manuel Pureza, dá uso à ironia e ao plano de mobilidade: "As estradas vão estar quase todas cortadas, as únicas abertas são para o cinema, portanto é ir ver. Além de que, nós já temos a confirmação de que as jornadas de São Cajó vão ser ao mesmo tempo da Jornada Mundial da Juventude e que o Papa está na estreia, portanto não há desculpas".
As jornadas de São Cajó vão ser ao mesmo tempo da JMJ e o Papa vai estar na estreia, portanto não há desculpas
"Não há nada que nos leve mais perto de algo transcendental do que o riso e o humor. Não há nada mais religioso do que isso", realça o argumentista, Henrique Dias.
A atriz Sofia Sá da Bandeira é Madalena Bourbon de Linha, uma das protagonistas de uma série que não é só para rir. "É muito divertido, e tem mais profundidade. Acaba por ser uma crítica às nossas vidinhas medíocres e autocentradas, em que não se vê o outro. Onde ninguém comunica com ninguém. É mais do que parece", adianta a atriz.
Pôr do Sol tornou-se uma série de culto, também porque os atores interpretam o guião de forma séria. As atrizes Sofia Aparício e Luísa Ortigoso, explicam à TSF a fórmula para fazer rir: "É muito fácil ficarmos em boneco e é gostoso para nós. É trabalhar no fio da navalha. Dizer aquelas coisas de forma séria tem mais graça, mas apetece-nos "carregar na farinheira". "Limparam-nos" muita coisa para as nossas personagens ficarem mais sóbrias e com mais graça".
O colar de São Cajó é o bem mais precioso da família Bourbon de Linhaça. Esconde segredos, maldições e uma receita lendária de bacalhau. O realizador deixa um conselho para quem o encontrar: "guardava muito bem guardado, porque se tentares fazer alguma coisa com o colar, que não seja para o bem, ele desfere sobre ti todo o poder da dor de pescoço".
Já os "fiéis" de Pôr-do-Sol têm outros planos "vender o colar", "comprar uma penthouse em Lisboa" ou "salvar a TAP".
https://www.youtube.com/watch?v=bJrJVBqMCs4
