O desejo do BE para 2024? Que a direita fique em minoria. Mortágua promete diálogo

O desejo do Bloco de Esquerda para 2024 é que a direita se mantenha em minoria no Parlamento. Numa mensagem de Ano Novo sobre os primeiros 70 dias de 2024, o tempo contado até às eleições legislativas que aí vêm, Mariana Mortágua fala diretamente àqueles que ainda não têm o voto decidido.

"Está muita coisa em jogo", sublinha a líder bloquista. "O plano da direita é retroceder até 2015. Foi o último ano de Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro. Montenegro era a sua voz no Parlamento, Ventura era o seu discípulo, o CDS existia e muitos dos agora liberais ainda andavam por lá", continua, colando toda a direita à mesma raiz. "Estavam todos juntos e agora querem juntar-se de novo, no Governo, depois das eleições."

Mas a coordenadora do Bloco de Esquerda está convencida de que os portugueses não esquecem aquele que foi um período de austeridade. "Por isso, sei que os desejos da direita para 2024 não se vão concretizar", afiança. "Esse é mesmo o primeiro objetivo do Bloco para as eleições: que a direita continue em minoria."

Mariana Mortágua admite, no entanto, que isso não depende só do Bloco e, embora deixe críticas à ação da maioria absoluta socialista e classifique a corrupção como inaceitável, promete, ainda assim, construir diálogo.

"O Bloco vai promover a confluência de toda a força necessária para esta viragem que o país tem de fazer. Pela minha parte, aproveitarei este tempo para abrir caminhos de diálogo, de clareza de mobilização", adianta.

"É essa confiança que juntará os votos para vencer", prossegue a coordenadora bloquista, que se dirige diretamente "à maioria zangada" que "ainda está indecisa" quanto a quem votar.

"Há muita gente desiludida", admite Mortágua. "Falo para essas pessoas, que também sabem, por exeperiência, que a direita não merece o benefício da dúvida. Falo ao povo que exige respeito."

Mariana Mortágua garante que, se o Bloco de Esquerda tiver uma palavra a dizer no próximo Governo, haverá subidas de salários, mais emprego e habitação, melhorias na saúde e na educação. Porque, frisa, podem faltar 70 dias até às legislativas, mas, depois disso, faltam todos os outros.