As comemorações do centenário das aparições chegam à fronteira entre as duas Coreias, onde existe um santuário de paz de Nossa Senhora de Fátima, único no mundo.
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A igreja em Imjingak foi inaugurada em 2015, 41 anos depois da ideia do padre alemão Anton Trauner, que sonhava ter Fátima como símbolo de paz e reunificação entre as duas Coreias.
Na altura, os fiéis a Fátima eram conhecidos como Exército Azul, porque "era um exército organizado contra os comunistas, representado pelo exército vermelho. Por isso, este grupo mariano é uma espécie de exército azul", explica o bispo Joseh Hantaek Lee, que vai quatro vezes por semana ao santuário em Imjingak, celebrar missa e ouvir confissões. O prelado conta que os paroquianos usavam "fitas azuis quando iam à igreja rezar por Nossa Senhora. Portanto, eles tornaram-se o exército azul".
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O sonho de construir o local de culto junto à fronteira enfrentou a oposição dos militares, que só autorizaram a obra, com a condição do edifício não ficar à superfície. "É uma área muito perigosa, se a guerra rebentar", lembra o bispo Joseph Lee. "Esta igreja é única, porque é construída debaixo de terra. À superfície, temos apenas uma pequena estrutura de vidro".
Com dois pisos subterrâneos, a igreja tem relíquias dos pastores Jacinta e Francisco, enviadas por Portugal, e acolhe todos os anos, uma grande missa que junta coreanos de todo o país, incluindo dissidentes da Coreia do Norte.
Para o centenário das aparições, está previsto um programa nacional, entre 13 de maio e 13 de outubro. O bispo Joseph Lee espera 7 mil fiéis de Fátima nestas celebrações.