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Não há grande partido político em Portugal que não termine as suas principais iniciativas ao som do Hino Nacional.
E este símbolo do país, consagrado no artigo décimo primeiro da Constituição da República Portuguesa, nasceu por iniciativa de um partido político.
De facto, o então Partido Republicano usou a crise do Ultimato de 1890 como forma de se afirmar eleitoralmente no país (foi só a seguir a essa crise que conseguiu, pela primeira vez, eleger três deputados no parlamento da monarquia) e uma das suas armas para conseguir apoio popular foi esta canção, que exprimia o orgulho, o patriotismo e a coragem dos portugueses, postos em dúvida pela humilhação do país supostamente consentida pela monarquia.
E que humilhação foi essa? A Inglaterra exigiu a Portugal a retirada de tropas num vasto território que fazia a ligação entre Angola e Moçambique e o governo monárquico aceitou esse ultimato, cedendo aos ingleses os actuais Zimbabwe e Zâmbia.
O autor da música "A Portuguesa" nasceu e morreu na Alemanha e nunca soube que a sua música viria a ser o hino nacional da sua pátria. Filho de dois alemães radicados em Portugal, Alfredo Keil faleceu em 1907.
O Hino foi adotado em 1911, depois de instaurada a República, mas a sua versão definitiva é de 1957.
A letra de "A Portuguesa", escrita por Henrique Lopes de Mendonça, tem duas estrofes adicionais que não fazem parte do hino oficial.
Assim, para além da estrofe que começa por "Heróis do Mar/Nobre Povo" e do refrão "às armas/às armas", que todos conhecemos, o texto original de "A Portuguesa" dizia que Portugal "deu novos mundos ao Mundo" e que os raios de sol "são como beijos de mãe" que "nos sustêm" "contra as injúrias da sorte".
Mas não precisamos de decorar esses 16 versos adicionais para sermos patriotas, basta-nos manter em memória a voz dos "egrégios avós" que, garante o nosso símbolo sonoro nacional, "nos há-de guiar à vitória", como os militantes de cada partido que disputa as eleições legislativas de 2019 cantam, fervorosamente, para o povo.
Vamos ouvir a versão oficial do Hino de Portugal, disponível no site da Presidência da República que, surpreendentemente e sem qualquer explicação, não tem um coro a cantar a letra oficial.
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